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Passar mais tempo na natureza melhora a saúde mental das crianças

10 de outubro de 2024 (Bibliomed). Crianças que passam mais tempo em ambientes naturais apresentam uma saúde mental significativamente melhor, de acordo com uma nova pesquisa liderada pela Universidade de Glasgow. O estudo inovador, que utilizou rastreamento por GPS e acelerômetro, descobriu que os benefícios de estar na natureza são mais acentuados para crianças de famílias de baixa renda.

Publicado na revista Environment International, o estudo revelou que crianças que passavam apenas 60 minutos diários na natureza tinham um risco 50% menor de problemas de saúde mental. Os benefícios eram ainda maiores para crianças de origens desfavorecidas, particularmente em termos de comportamento e habilidades sociais melhorados.

Além disso, a pesquisa mostrou que utilizar ambientes naturais para atividades leves, como caminhar, era tão benéfico quanto para atividades mais vigorosas, como correr. Esses resultados sugerem que qualquer tipo de interação com a natureza pode ser vantajosa.

Os pesquisadores destacaram a necessidade de esforços colaborativos entre formuladores de políticas, planejadores locais, organizações comunitárias e profissionais de saúde para garantir o acesso a espaços naturais seguros e de alta qualidade em áreas desfavorecidas. Também é importante aumentar a conscientização sobre os benefícios à saúde de estar em contato com a natureza.

Diante das crescentes preocupações com a saúde mental das crianças e da urbanização acelerada, entender como a natureza afeta o bem-estar dos jovens nunca foi tão importante. Estudos anteriores sobre a relação entre natureza e saúde em crianças apresentaram resultados mistos porque mediam a "exposição à natureza" com base na proximidade da natureza à residência ou em estimativas dos pais, que não refletem com precisão o uso direto da natureza pelas crianças.

Para resolver essas questões, os pesquisadores deste estudo usaram tecnologia avançada de GPS e acelerômetro para medir o tempo real das crianças na natureza durante uma semana. Eles também avaliaram se as crianças usavam a natureza para atividades vigorosas, como esportes, ou para atividades mais calmas, como caminhar ou se sentar. A saúde mental das crianças foi então avaliada por meio de questionários e associada ao tempo passado na natureza.

As descobertas sugerem que encorajar as crianças a passar mais tempo na natureza pode ser uma forma simples, mas eficaz de apoiar a sua saúde mental. Crucialmente, as crianças desfavorecidas parecem beneficiar mais do tempo na natureza do que os seus pares mais favorecidos. Isso fornece evidências convincentes do papel da natureza na redução das lacunas na saúde mental entre crianças de renda mais alta e mais baixa. Sugere que os ambientes naturais podem ser 'equigênicos', isto é, podem reduzir as desigualdades por meio de desproporcionalmente beneficiando aqueles de origens menos ricas.

Fonte: Environment International. DOI: 10.1016/j.envint.2024.108847.

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