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Cigarro eletrônico ajuda a parar de fumar?

08 de janeiro de 2024 (Bibliomed). Um novo estudo conduzido por pesquisadores do Centro de Câncer Hollings da Medical University of South Carolina (MUSC) aponta o valor dos cigarros eletrônicos como auxílio na cessação do tabagismo. Os resultados foram publicados na revista eClinicalMedicine.

A questão de se os cigarros eletrônicos deveriam ser considerados como uma ferramenta de auxílio à cessação do tabagismo tem sido um tema amplamente debatido, e diferentes países adotaram abordagens diversas. Os cigarros eletrônicos contêm produtos químicos prejudiciais, o que levou muitos defensores da saúde pública a evitá-los. No entanto, de um modo geral eles tendem a ser menos prejudiciais do que os cigarros tradicionais. Isso levou pesquisadores a argumentar que os cigarros eletrônicos deveriam ser considerados como um método de redução gradual para adultos que fumam e não conseguiram parar de fumar usando auxílios já aprovados, como gomas de nicotina, pastilhas ou adesivos.

Os participantes foram recrutados para um ensaio clínico randomizado na proporção de 2:1 para examinar o impacto do recebimento de um suprimento gratuito de e-cigarros do tipo tanque, com sabores variados, por um período de 4 semanas. Este estudo, conduzido com rigor, teve como objetivo identificar tanto a adoção naturalística quanto aos padrões de uso dos e-cigarros, bem como analisar sua influência nos hábitos de tabagismo. Instruções mínimas foram fornecidas sobre a utilização desses dispositivos.

O principal objetivo do estudo foi analisar minuciosamente como os participantes incorporariam os e-cigarros em suas vidas sob condições do mundo real. Além disso, um objetivo secundário foi estabelecido para avaliar qualquer impacto perceptível no comportamento tradicional de fumar.

Durante um período de seis meses, os pesquisadores avaliaram minuciosamente os objetivos secundários do estudo. Esses objetivos englobaram três facetas distintas:

a) Abstinência Autorrelatada de Sete Dias: O estudo procurou identificar casos em que os participantes se abstiveram de fumar por um período contínuo de sete dias. Essa medida teve como objetivo averiguar se o fornecimento de e-cigarros teve algum efeito nas tentativas imediatas de cessação do tabagismo.

b) Incidência de Tentativas de Abandono: Os pesquisadores também voltaram sua atenção para quantificar a frequência de tentativas de abandono do tabagismo entre os participantes. Essa métrica tinha o propósito de determinar se a introdução dos e-cigarros incentivaria mais participantes a embarcar na desafiadora jornada de abandonar o tabaco por completo.

c) Redução do Hábito de Fumar: O terceiro aspecto em análise foi a redução no consumo de cigarros entre os participantes. Ao observar de perto quaisquer mudanças na frequência e na quantidade do consumo de cigarros tradicionais, os pesquisadores buscaram deduzir se os e-cigarros desempenharam um papel na diminuição das taxas gerais de tabagismo.

As descobertas desse estudo estão prestes a proporcionar insights valiosos sobre a intricada relação entre a disponibilidade de e-cigarros e o comportamento de fumar. Diante das preocupações de saúde relacionadas ao tabagismo, incluindo os aspectos de redução de danos potenciais dos e-cigarros, essa pesquisa se destaca como uma contribuição crucial para o conhecimento em torno das estratégias de cessação do tabagismo.

Enquanto o foco principal do estudo foi traçar um panorama abrangente de como os e-cigarros foram adotados e utilizados em condições naturalísticas, a ênfase secundária em sua influência potencial no comportamento de fumar poderia abrir caminho para abordagens inovadoras no enfrentamento do problema duradouro da dependência do tabaco. Os resultados deste estudo serão mais um ponto de referência para a comunidade de saúde pública e os formuladores de políticas ao decidirem como lidar com os cigarros eletrônicos.

Fonte: eClinicalMedicine. DOI: 10.1016/j.eclinm.2023.102142.

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