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Medicamentos off-label para diabetes podem trazer riscos

15 de agosto de 2023 (Bibliomed). O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune no qual o organismo ataca as células produtoras de insulina no pâncreas, destruindo-as. Assim, as células de portadores de diabetes tipo 1 não conseguem absorver glicose por conta própria, o que pode levar a níveis perigosamente altos de açúcar no sangue que podem causar coma diabético, cegueira, neuropatia e uma condição de emergência chamada cetoacidose diabética, na qual o sangue torna-se perigosamente ácido.

Dois medicamentos off-label, conhecidos como agonistas do receptor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1RAs) e/ou inibidores do cotransportador de sódio-glicose-2 (SGLT2is), estão sendo cada vez mais prescritos pelos médicos. Medicamentos off-label são aqueles cuja indicação original não é aquela doença específica, no caso o diabetes, mas que mostrou ser eficaz para o tratamento dela.

Ambas as classes desses medicamentos off-label ajudaram a diminuir o risco de doenças cardíacas e eventos renais em pessoas com diabetes tipo 2, promovendo a perda de peso. Esses benefícios também podem ajudar os pacientes do tipo 1, mas os riscos e benefícios não foram totalmente avaliados, explicaram os autores. Os medicamentos também foram associados ao aumento do risco de hipoglicemia grave (baixo nível de açúcar no sangue) e cetoacidose diabética quando usados em pacientes com diabetes tipo 1.

Para estudar isso, os pesquisadores pesquisaram os registros médicos de pacientes com diabetes tipo 1 tratados no UT Southwestern Medical Center, em Dallas, que usaram GLP-1RAs e/ou SGLT2is por pelo menos 90 dias. Foram selecionados 104 pacientes: 65 que usaram exclusivamente GLP-1RAs; 28 que usaram exclusivamente SGLT2is; e 11 que usaram ambos juntos ou sequencialmente.

Após um ano de uso, os pacientes em GLP-1RAs tiveram reduções significativas no peso, hemoglobina glicada A1C (que é uma medida média de três meses de açúcar no sangue) e dose diária total de insulina. Os usuários de SGLT2i tiveram reduções significativas na hemoglobina A1C e na insulina basal, uma dose administrada fora das refeições e eram cerca de três vezes mais propensos do que os usuários de GLP-1RA a experimentar cetoacidose diabética. Pouco mais de 25% dos pacientes que tomavam qualquer classe de medicamentos pararam devido a efeitos colaterais, como problemas gastrointestinais.

Fonte: The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. DOI: 10.1210/clinem/dgac618.

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