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Muito tempo de tela pode aumentar o risco de transtornos mentais nas crianças

31 de outubro de 2023 (Bibliomed). O uso de telas pelas crianças pode estar alterando seus cérebros em desenvolvimento à medida que entram na adolescência e aumentando o risco de transtornos de humor, segundo um novo estudo do Yale School of Medicine's Child Study Center, nos Estados Unidos.

Crianças de 9 e 10 anos que passam mais tempo em smartphones, tablets, videogames e TV exibiram níveis mais altos de depressão e ansiedade quando tinham 11 e 12 anos. Além disso, alguns desses transtornos de humos foram relacionados a mudanças estruturais reais que ocorrem no cérebro em desenvolvimento das crianças.

Os pesquisadores analisaram dados de mais de 5.100 crianças participantes do estudo de Desenvolvimento Cognitivo do Cérebro Adolescente (ABCD). Os dados incluíram varreduras cerebrais, avaliações psicológicas e rastreamento de comportamento dessas crianças com idades entre 9 e 10 anos. Eles encontraram uma relação entre altos níveis de uso de tela e transtornos de humor, além de comportamentos “externalizantes” como agressão e disciplina. Também foram observados padrões de estrutura cerebral nessas crianças semelhantes aos associados ao consumo de álcool por menores em estudos anteriores.

As crianças foram acompanhadas à medida que envelheciam para ver se os problemas de saúde mental persistiam e se eles se correlacionavam com outras alterações cerebrais. Aos 11 e 12 anos, as crianças continuaram a ter depressão e ansiedade relacionadas ao uso intenso de telas, e seus cérebros mudaram de maneiras que explicariam alguns desses transtornos de humor. No entanto, o estudo não vinculou as mesmas alterações cerebrais ao uso intenso de telas e problemas de comportamento, como agressão, bullying ou desafio.

Essas crianças continuarão sendo acompanhadas por alguns anos, e os pesquisadores esperam que relatórios futuros forneçam ainda mais informações sobre como as telas afetam o cérebro em desenvolvimento.

Fonte: Journal of Behavioral Addictions.DOI: 10.1556/2006.2023.00006.

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