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21 de setembro de 2023 (Bibliomed). Em maio de 2020, a OMS aprovou uma estratégia global para eliminar o câncer do colo do útero como um problema de saúde da mulher. Parte da estratégia é a exigência de que 70% das mulheres sejam rastreadas para a doença pelo menos uma vez antes dos 35 anos e duas vezes antes dos 45 anos. Segundo pesquisadores, a desigualdade de atendimento é um dos principais obstáculos para esse objetivo.
Mulheres com doença mental, deficiência neuropsiquiátrica ou abuso de substâncias têm menos probabilidade de fazer exames de esfregaço ginecológico para câncer cervical e correm mais do que o dobro do risco de desenvolver a doença. As descobertas foram apresentadas na revista The Lancet Public Health por pesquisadores do Karolinska Institutet da Suécia, que enfatizam a importância de abordar proativamente essas mulheres como medida preventiva contra o câncer cervical.
O estudo observacional incluiu mais de quatro milhões de mulheres nascidas entre 1940 e 1995. A partir dessa população, os pesquisadores calcularam o risco de câncer cervical e lesões cervicais pré-cancerosas, bem como a participação em programas de triagem para câncer cervical, comparando mulheres diagnosticadas por um especialista com doença mental, deficiência neuropsiquiátrica ou abuso de substâncias com mulheres sem tais diagnósticos.
Um risco elevado foi observado para todos os diagnósticos, mas a maior associação foi observada para abuso de substâncias. As mulheres com doença mental devem ser mais conscientes da necessidade de passar por exames ginecológicos regulares, de acordo com os pesquisadores.
Os resultados sugerem que mulheres com esses diagnósticos participam menos de programas de triagem, ao mesmo tempo em que apresentam maior incidência de lesões no colo do útero. Descobriu-se que elas têm o dobro do risco de desenvolver câncer cervical.
Se os profissionais de saúde estiverem mais conscientes do risco de câncer nessas pacientes, eles podem intensificar as medidas preventivas e considerar como elas podem ser aplicadas a pacientes potencialmente mal atendidas, disseram os autores da pesquisa.
Fonte: The Lancet Public Health. DOI: 10.1016/S2468-2667(23)00026-9.
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