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Coreanos Vivendo nos EUA Estão Sob Maior Risco de Pressão Alta

Por Will Boggs

NOVA YORK (Reuters Health) - Norte-americanos de origem coreana são muito mais propensos a ter pressão arterial alta que outros norte-americanos ou seus conterrâneos que vivem na Coréia, informaram pesquisadores.

No primeiro esforço sistemático em mais de uma década para determinar as taxas de pressão sanguínea entre norte-americanos de origem coreana, os pesquisadores estudaram 761 pessoas com essa característica entre 18 e 89 anos de idade.

Quase um terço dos participantes do estudo (35 por cento dos homens e 30 por cento das mulheres) tinha pressão alta -- uma taxa muito mais alta que a verificada entre os coreanos que vivem na Coréia (22 por cento) e outros norte-americanos (24 por cento).

As taxas foram ainda mais altas mesmo entre norte-americanos de origem coreana com 50 anos de idade ou mais -- 53 por cento deste grupo tinha pressão sanguínea alta (hipertensão).

"Apesar da emergência das doenças coronarianas como um problema importante de saúde deste grupo, poucos estudos examinaram a taxa de fatores de risco importantes para doença coronariana, como pressão sanguínea elevada, neste grupo étnico", informou a equipe de Miyong Kim, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Maryland).

As taxas de pressão arterial foram mais elevadas entre as pessoas que tinham menor nível educacional e que falavam inglês com dificuldade, indicou o trabalho. Os fatores de risco tradicionais -- idade, história familiar, obesidade e nível de exercício -- também influenciaram as taxas de hipertensão neste grupo.

O risco mais alto entre coreanos vivendo nos EUA que seus conterrâneos que vivem na Coréia sugere uma influência do estresse provocado pelo ajuste a uma nova cultura, conforme o trabalho.

"Um fator de risco notável entre coreanos que vivem nos Estados Unidos está relacionado a mudanças nos padrões de dieta depois da imigração para o país", disse Kim à Reuters Health.

"Muitos norte-americanos de origem coreana durante o processo de aculturação aumentam o consumo de proteína animal, gordura e açúcar refinado. Ao mesmo tempo, continuam comendo alimentos tradicionais que são ricos em sal (por exemplo, vegetais em conserva, soja e outros temperos ricos em sódio). Esta combinação de dieta de duas culturas pode ser prejudicial a pessoas com ou em risco de hipertensão", disse o pesquisador.

Kim recomenda que mais esforços sejam feitos para reduzir a pressão arterial alta nesse grupo étnico que cresce rapidamente.

"Este é um grupo muito silencioso que não está utilizando as instituições de saúde adequadamente", disse Kim. "Deveria ser dada mais atenção para pesquisas baseadas nas comunidades e na educação para ajustar suas necessidades culturais específicas", avaliou o especialista.

Sinopse preparada por Reuters Health

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