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12 de julho de 2022 (Bibliomed). A reinfecção após a infecção primária por SARS-CoV-2 é incomum em adultos, mas pouco se sabe sobre os riscos, características, gravidade ou resultados da reinfecção em crianças. O objetivo de estudo recente foi avaliar o risco de reinfecção por SARS-CoV-2 em crianças e compará-lo com o risco em adultos, por meio da análise de dados nacionais de testes para a Inglaterra.
Foram usados dados nacionais de testes de SARS-CoV-2 para estimar o risco de reinfecção pelo menos 90 dias após a infecção primária a partir de 27 de janeiro de 2020, a 31 de julho de 2021, que englobava as ondas variantes alfa (B.1.1.7) e delta (B.1.617.2) na Inglaterra. Foram incluídos dados de crianças até 16 anos que preencheram os critérios para reinfecção. A gravidade da doença foi avaliada ligando os casos de reinfecção aos dados nacionais de admissão hospitalar, admissão em terapia intensiva e conjuntos de dados de registro de óbito.
As taxas de reinfecção seguiram de perto as taxas de infecção da comunidade, com um pequeno pico durante a onda alfa e um pico maior durante a onda delta. Em crianças com 16 anos ou menos, foram identificadas 688.418 infecções primárias e 2.343 reinfecções. A taxa geral de reinfecção foi de 66,88 por 100.000 habitantes, sendo maior em adultos (do que em crianças. A taxa de reinfecção após a infecção primária foi de 0,68% em geral, 0,73% em adultos em comparação com 0,18% em crianças menores de 5 anos, 0,24% naquelas de 5 a 11 anos e 0,49% naqueles de 12 a 16 anos. Das 109 crianças internadas com reinfecção, 78 (72%) apresentavam comorbidades. As taxas de internação hospitalar foram semelhantes para o primeiro e segundo episódio e as internações em terapia intensiva foram raras (sete crianças para o primeiro episódio e quatro para reinfecções). Houve 44 mortes em 28 dias após a infecção primária (0,01%) e nenhuma após a reinfecção.
Portanto, o risco de reinfecção por SARS-CoV-2 está fortemente relacionado à exposição devido às taxas de infecção da comunidade, especialmente durante a onda variante delta. As crianças tiveram um risco menor de reinfecção do que os adultos, mas as reinfecções não foram associadas a doenças mais graves ou desfechos fatais.
Fonte: The Lancet Child & Adolescent Health. DOI: 10.1016/S2352-4642(22)00059-1.
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