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Cães sabem identificar quando escutam línguas estrangeiras

12 de abril de 2022 (Bibliomed). Os cães não falam uma língua humana, mas sabem quando você muda de uma língua para outra. É o que indica estudo realizado na Universidade Eötvös Loránd, na Hungria. Os pesquisadores usaram imagens cerebrais para verificar se os cães se incomodam quando os tutores utilizam um idioma diferente do habitual.

As imagens revelaram que os cérebros dos cães mostram padrões de atividade diferentes para uma língua desconhecida do que para uma familiar. Segundo os autores, essa é a primeira demonstração de que um cérebro não humano é capaz de diferenciar línguas.

O estudo envolveu 18 cães que foram ensinados a ficarem imóveis em um scanner cerebral. Em seguida, os autores tocaram trechos do livro "O Pequeno Príncipe" em espanhol e húngaro. Até aquele momento, todos os cães tinham ouvido seus donos falarem apenas uma das duas línguas. Esta foi uma chance de ver se seus cérebros reagiam de maneira diferente a uma linguagem com a qual eles estavam muito familiarizados e um que não era familiar. Os pesquisadores também reproduziram versões embaralhadas das histórias, para testar se os cães podiam dizer a diferença entre fala e não fala.

Independentemente da linguagem que os cães ouviram, uma área do cérebro conhecida como córtex auditivo primário mostrou padrões de atividade distintos. Não havia, no entanto, nenhuma evidência de que os cérebros dos cães tivessem preferência pela fala em vez de ruídos.
Os cérebros dos cães distinguiram entre espanhol e húngaro, como mostrado pela atividade em uma região do cérebro chamada córtex auditivo secundário. A idade também importava, mostraram os exames: quanto mais velho o cão, melhor seu cérebro distinguia entre a linguagem familiar e a desconhecida.

Os pesquisadores explicam que cada língua é caracterizada por uma variedade de regularidades auditivas, e as descobertas do estudo sugerem que os cães podem captar as regularidades auditivas da língua a que são expostos.

Fonte: NeuroImage. DOI: 10.1016/j.neuroimage.2021.118811.

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