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Estudo explora a dinâmica da meditação da atenção plena e da hipnose

21 de dezembro de 2021 (Bibliomed). Nas últimas décadas, psicólogos e psicoterapeutas desenvolveram uma ampla gama de novas abordagens e estratégias terapêuticas para aumentar o bem-estar de seus pacientes. Duas práticas distintas consideradas particularmente promissoras são a meditação da atenção plena e a hipnose.

Embora a meditação e a hipnose compartilhem algumas características comuns, como o fato de serem guiadas pela voz de um terapeuta e normalmente exigirem que os pacientes fechem os olhos, elas se baseiam em princípios e lógicas diferentes. Portanto, é raro encontrar terapeutas treinados nessas duas abordagens.

Pesquisadores da Universidade Lyon 1, na França, realizaram recentemente um estudo com o objetivo de comparar a dinâmica neural que sustenta a meditação de atenção plena com a da hipnose usando uma técnica conhecida como eletroencefalografia intracraniana (iEEG). Seu artigo, publicado na Neuroscience Letters, oferece a primeira comparação baseada no iEEG entre o desdobramento da meditação da atenção plena e da hipnose no cérebro.

A meditação e a hipnose parecem ser bastante diferentes, mas também têm algumas características comuns. Embora meditação e hipnose tenham sido estudadas cientificamente por décadas, existem poucos estudos que as comparam.

A iEEG é uma técnica invasiva, pois envolve essencialmente o implante de eletrodos dentro do cérebro de uma pessoa. Alguns pacientes que sofrem de epilepsia grave e resistente a medicamentos, no entanto, optam por se submeter a procedimentos de iEEG, pois eles podem ajudar a definir as áreas do cérebro que causam sua condição para que possam ser removidas cirurgicamente.

Assim, os pesquisadores recrutaram pacientes com epilepsia que já estavam programados para o iEEG se desejavam participar de seu estudo. Além de comparar as bases neurais da meditação e da hipnose, a equipe queria ver se os pacientes com eletrodos implantados no cérebro eram capazes de se envolver nessas duas práticas distintas.

Foram comparadas três instruções guiadas por áudio, cada uma com cerca de 15 minutos de duração. A primeira eram instruções de divagação mental, nas quais os participantes eram instruídos a simplesmente deixar suas mentes vagarem para onde quisessem. A segunda era uma meditação guiada, na qual os participantes eram instruídos a prestar atenção às sensações em seus corpos e chamar sua atenção de volta a eles sempre que sua mente divagava. O terceiro era uma gravação de hipnose, na qual os participantes eram instruídos a imaginar um lugar agradável e seguro e encorajados a imaginar o que veriam, ouviriam, cheirariam, saboreariam e tocariam lá.

Enquanto os três pacientes participantes do estudo seguiram as instruções nas gravações, sua atividade cerebral foi medida, usando eletrodos intracranianos. Isso permitiu que examinassem a dinâmica neural que ocorreu durante 15 minutos de divagação da mente, meditação da atenção plena e hipnose, para que pudessem compará-las.

Quando examinaram os dados coletados pelos eletrodos implantados, verificou-se que as três instruções eram acompanhadas por atividade em grandes redes cerebrais, que eram em sua maioria comuns às três instruções. Além disso, as descobertas destacaram redes neurais menores que eram específicas para cada uma das instruções. Enquanto os participantes seguiam as instruções, essas redes menores pareciam ser inibidas, em vez de ativadas.

No futuro, este trabalho pode abrir caminho para outros estudos comparando as bases neurais da meditação e da hipnose em pacientes com epilepsia grave que estão se submetendo a procedimentos de iEEG. Além disso, como os participantes disseram que acharam as sessões guiadas benéficas, este estudo pode inspirar o desenvolvimento e a avaliação da meditação da atenção plena ou intervenções terapêuticas baseadas na hipnose para pessoas com epilepsia.

Fonte: Neuroscience Letters (2021). DOI: 10.1016/j.neulet.2021.136345.

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