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Identificado novo coronavírus que se originou em cães e afeta seres humanos

07 de julho de 2021 (Bibliomed). Pesquisadores identificaram e concluíram a análise genética de um coronavírus recém-descoberto - um que evoluiu de um coronavírus que afeta cães para infectar humanos e pode contribuir para sintomas respiratórios. A descoberta do primeiro coronavírus canino que infectou pessoas ressalta a natureza traiçoeira dos coronavírus e a necessidade de monitorar os vírus animais como forma de prever possíveis ameaças à saúde pública, dizem os pesquisadores. O novo estudo foi conduzido na Ohio State University, na Duke University School of Medicine (ambas nos Estados Unidos) e na University in Sarawak, Malásia.

Em 2018, os pesquisadores analisaram os esfregaços nasais de 301 pacientes tratados por pneumonia em um hospital do leste da Malásia. Oito pacientes, todos menos um deles crianças, foram infectados com o coronavírus recém-descoberto que os pesquisadores do estudo chamaram de CCoV-HuPn-2018. Todos os oito pacientes foram tratados e receberam alta após quatro a seis dias no hospital, onde receberam oxigênio para ajudá-los a respirar.

Em um estudo publicado em 20 de maio de 2021 na revista Clinical Infectious Diseases, os pesquisadores descrevem as características genéticas do CCoV-HuPn-2018, sugerindo que é um novo coronavírus que passou de infectar cães para infectar pessoas (ou seja, fez a transição de espécie).

Não se sabe se o vírus identificado pode ser transmitido de pessoa para pessoa ou se o sistema imunológico humano pode combatê-lo bem. Mas não se pode descartar a possibilidade de que, em algum momento, esse novo coronavírus se torne um patógeno humano prevalente.

Os vírus mudam constantemente. Quando um vírus altera sua composição genética o suficiente para ir desde infectar apenas um certo tipo de animal até infectar pessoas, uma combinação de fatores determina o quão bem o novo vírus pode se replicar e se espalhar entre as pessoas. Para que um coronavírus animal infecte pessoas, o vírus deve primeiro entrar no corpo humano e reconhecer algo na superfície das células e, em seguida, ligar-se a essas células.

No entanto, essa transmissão de um cão para uma pessoa pode ser um beco sem saída para CCoV-HuPn-2018 se o vírus não se replicar bem uma vez dentro da pessoa, ou se o sistema imunológico da pessoa o proteger. Apenas cerca de metade da composição genética do coronavírus recém-descoberto é semelhante à do vírus SARS-CoV-2 que causa a pandemia de COVID-19.

O vírus CCoV-HuPn-2018 causa sintomas diferentes em cães e nos humanos: nos cães, de onde veio, causou problemas gastrointestinais, como diarreia e dores de estômago. Já as pessoas infectadas com o vírus CCoV-HuPn-2018 apresentam uma doença respiratória que não incluem sintomas gastrointestinais.

Fonte: Ohio State University. News Release. 2021.