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Pacientes negros são frequentemente tratados em hospitais com piores registros de segurança

05 de abril de 2021 (Bibliomed). Em comparação com os pacientes brancos, os adultos negros estão em clara desvantagem quando se trata de segurança hospitalar nos Estados Unidos, alerta um novo relatório do Urban Institute. De acordo com as descobertas, pacientes negros são significativamente menos propensos a obter acesso a hospitais de "alta qualidade". Como resultado, eles são muito mais propensos a se submeter a procedimentos cirúrgicos em instalações com registros de segurança relativamente baixos.

Para o estudo, pesquisadores do instituto, um centro de estudos em Washington, D.C., analisaram dados de pacientes de 2017 coletados pela Agência dos Estados Unidos para Pesquisa e Qualidade em Saúde de 26 estados.

O relatório analisou 11 medidas de segurança. Quatro tratavam de questões gerais de segurança médica, como taxas de úlcera por pressão e quedas hospitalares com fraturas de quadril. Os outros sete envolveram segurança cirúrgica, incluindo hemorragia, infecções pós-operatórias e taxas de insuficiência respiratória.

Em nove das 11 medidas de segurança do paciente, os pacientes brancos eram significativamente mais propensos a serem admitidos em hospitais de alta qualidade. Hospitais de alta qualidade foram definidos como aqueles com os melhores históricos de segurança.

Alguns dos hospitais de mais alta qualidade apresentam essencialmente risco zero para a segurança dos pacientes, o que indica que há protocolos claros em vigor que podem virtualmente eliminar alguns desses riscos para a segurança do paciente.

O relatório revelou que os pacientes negros têm quase 8 pontos percentuais mais probabilidade do que os pacientes brancos de serem admitidos em hospitais classificados como de "baixa qualidade" por todas as sete medidas usadas para avaliar a segurança do paciente relacionada à cirurgia.

Visto ao contrário, os pacientes negros também tiveram 5 pontos percentuais menos probabilidade de obter acesso a instalações classificadas como "de alta qualidade" em todas as medidas de segurança cirúrgica.

As diferenças na cobertura de seguro não explicam a divisão racial, descobriu o relatório. Mesmo quando se olhava apenas para pacientes brancos e negros que buscavam atendimento com o mesmo tipo de cobertura - o Medicare - a descoberta de uma diferença racial se manteve. Em termos de segurança geral do paciente, os negros se saíram pior.

A análise não explorou os motivos pelos quais os negros estão em tal desvantagem de segurança. Contudo, para entidades de direitos negros, essas descobertas refletem uma divisão de cuidado racial de longa data, derivadas de elementos de racismo sistêmico e opressão institucional que restringe o acesso dos negros a cuidados de saúde de qualidade.

O relatório pode ser acessado na íntegra (em inglês) AQUI.

Fonte: Urban Institute. March 2021.

Copyright © 2021 Bibliomed, Inc

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