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Como ficaram as internações por doença crônica e condições agudas na época do COVID-19?

08 de dezembro de 2020 (Bibliomed). Concomitantemente com o aumento das hospitalizações por doença coronavírus 2019 (COVID-19), houve evidência de apresentação diminuída para condições agudas, incluindo infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Pesquisadores examinaram a frequência de hospitalização para todas as condições não relacionadas à COVID-19 em um sistema de saúde localizado em um epicentro da pandemia pelo coronavírus. Os resultados foram publicados em JAMA Internal Medicine.

Nos dados obtidos, entre 1º de março e 9 de maio de 2020, houve 3.657 hospitalizações não-COVID-19, em comparação com 5.368 e 6.411 hospitalizações durante o mesmo período em 2018 e 2019, respectivamente. As taxas de hospitalização no início do período de COVID-19 foram semelhantes à linha de base (604,3 vs 584,5 por semana), diminuíram durante o período de pico de COVID-19 (247,0 por semana) e ligeiramente aumentaram no período tardio de COVID-19 (309,3 por semana). As taxas de hospitalização diminuíram em todas as categorias do sistema durante o período de pico do COVID-19. Da mesma forma, observou-se um declínio significativo nas hospitalizações durante o período de pico COVID-19 para os seguintes diagnósticos comuns: septicemia (25,3 vs 51,1 por semana), insuficiência cardíaca (9,0 vs 25,6), infarto do miocárdio (4,0 vs 16,3), infarto cerebral (7,0 vs 14,7), doença do trato biliar (3,0 vs 11,7), epilepsia (3,7 vs 11,5), infecções de pele (2,7 vs 11,5), complicações de tratamento (3,7 vs 10,7), arritmias cardíacas (2,3 vs 10,6), apendicite (2,7 vs 8,6) e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC; 2,3 vs 8,6). No final do período COVID-19, as hospitalizações por infarto do miocárdio, doença do trato biliar e apendicite começaram a se recuperar - embora não em um nível de significância quando contabilizando comparações múltiplas - enquanto as hospitalizações por septicemia, diabetes e DPOC não o fizeram.

Assim, encontrou-se uma diminuição substancial no número de hospitalizações não-COVID-19 em uma série de diagnósticos durante o período de pico do COVID-19. A diminuição foi observada para exacerbações de condições crônicas (insuficiência cardíaca, DPOC), eventos médicos agudos que normalmente requerem tratamento hospitalar (infarto do miocárdio, apendicite) e traumatismos.

O estudo concluiu que, em um epicentro da COVID-19, a pandemia esteve associada a mudanças substanciais nos padrões de hospitalização para condições não-COVID-19. Os efeitos de longo prazo das reduções de hospitalização nos resultados dos pacientes e no sistema de saúde ainda precisam ser avaliados.

Fonte: JAMA Internal Medicine. DOI: 10.1001/jamainternmed.2020.3978.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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