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Concussão aumenta chances de problemas neuropsicológicos

04 de agosto de 2020 (Bibliomed). Pessoas com histórico de concussão podem enfrentar riscos aumentados de certas condições psicológicas e neurológicas, sugere um grande estudo publicado na Family Medicine and Community Health. A concussão é uma forma leve de lesão cerebral traumática. Os sintomas mais comuns incluem dor de cabeça, zumbido nos ouvidos, náusea, vômito, fadiga e visão embaçada.

Estudo envolvendo mais de 186.000 pessoas mostrou que aquelas com histórico de concussão podem enfrentar riscos aumentados de desenvolver certas condições psicológicas e neurológicas, como transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), depressão ou ansiedade, doença de Parkinson ou demência.

O estudo analisa uma questão que está chamando cada vez mais atenção: “quais são as consequências a longo prazo de um golpe na cabeça - especialmente as repetidas?”, e os resultados apontaram que os riscos foram aproximadamente 40% a 70% maiores, em comparação com pessoas que não sofreram concussões.

Os pesquisadores utilizaram dados de 25 anos de reivindicações de seguro de saúde e outros dados médicos sobre os residentes de Manitoba, no Canadá, período durante o qual quase 47.500 pessoas foram diagnosticadas com uma concussão. Cada um foi comparado a três pessoas sem concussão da mesma idade e sexo.

Em média, o grupo de concussão tinha cerca de 60% a 70% mais chances de ser diagnosticado com depressão/ansiedade, Parkinson ou demência. A ligação entre concussão e depressão/ansiedade era mais forte entre as mulheres que os homens, embora os motivos não estejam claros.

Os pesquisadores enfatizam que a grande maioria das pessoas no estudo não desenvolveu Parkinson, demência ou TDAH, independentemente de ter ou não sofrido com concussões. Transtornos de depressão e ansiedade foram mais comuns em todos os grupos, com maior prevalência no grupo que sofreu concussões.
Os autores explicam que as pesquisas apontam uma correlação entre concussão e riscos posteriores de doenças, mas não podem provar causa e efeito. Além disso, eles ressaltam que com um equilíbrio adequado de descanso e atividade, a maioria das crianças com concussão se recupera em algumas semanas.

Quanto às consequências a longo prazo, os pesquisadores não têm todas as respostas. Neste estudo, descobriu-se que o TDAH era mais comumente diagnosticado em pessoas que sofreram uma concussão, com seu risco sendo 39% maior que o grupo de comparação. Em média, o TDAH foi diagnosticado aos 17 anos. Algumas pesquisas anteriores, no entanto, sugeriram que crianças com TDAH apresentam maior risco de concussão, portanto, a natureza exata do relacionamento entre as condições é incerta.

Fonte: Family Medicine and Community Health. DOI: 10.1136/fmch-2020-000390.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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