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Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda uso de cloroquina

18 de junho de 2020 (Bibliomed). Em 29 de maio, a Brasileira de Pediatria (SBP) publicou uma nota de alerta sobre o uso de cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento da COVID-19 em crianças e adolescentes. No documento, a SBP não recomenda o uso desses medicamentos pela população pediátrica.

Na última terça-feira, 16 de junho, a SBP tornou a reiterar que não há evidências científicas consistentes e reconhecidas na literatura médica quanto ao uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de sinais e sintomas de Covid-19 em crianças e adolescentes, devendo seu uso ficar restrito aos pacientes que fazem parte estudos clínicos que seguem as regras da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). O alerta foi feito um dia após o Ministério da Saúde informar que ampliará as orientações de uso do medicamento para o tratamento precoce dessa doença em dois perfis de pacientes: crianças e gestantes.

De acordo com a nota publicada pela SBP, a ausência dessas evidências sólidas impede o uso seguro dessas drogas, seja por que não há confirmação sobre seus efeitos terapêuticos positivos contra a Covid-19, seja por que ainda não foram mensurados com exatidão seus possíveis efeitos colaterais.

A SBP reforça que tanto a cloroquina quanto a hidroxicloroquina também não possui efeito profilático confirmado, não devendo seu uso ser recomendado como medida preventiva para evitar contaminação pelo novo coronavírus.

O presidente do Departamento Científico de Infectologia da SBP, dr. Marco Aurélio Sáfadi, explica que as informações técnicas disponíveis sobre a interação desses medicamentos com a COVID-19 ainda são escassas, sobretudo em relação à população pediátrica, e “essa falta de embasamento impede que o médico receite a cloroquina de forma confortável e segura, com base numa avaliação equilibrada entre riscos e benefícios. Sem dados robustos e o devido respaldo técnico, a utilização de qualquer remédio se torna uma espécie de experimentação, que pode trazer mais problemas do que melhorias à saúde".

A nota da Sociedade Brasileira de Pediatria pode ser acessada AQUI.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria. 16 de junho de 2020.