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Crianças não devem tomar cloroquina ou hidroxicloroquina

01 de junho de 2020 (Bibliomed). A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou, no dia 29/05, uma nota de alerta sobre o uso de cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento da COVID-19 em crianças e adolescentes. A nota, baseada em uma revisão das evidências científicas atuais, alerta que não há dados que amparem a segurança e a eficácia do uso dessas drogas em crianças e adolescentes com COVID-19.

Conforme recomenda o documento, o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina deve ser reservado apenas para pacientes em estudos clínicos controlados, com a anuência formal dos responsáveis. Segundo o presidente do Departamento Científico de Infectologia da SBP, dr. Marco Aurélio Sáfadi, as informações técnicas disponíveis sobre a interação desses  medicamentos com a COVID-19 ainda são escassas, sobretudo em relação à população pediátrica. "Essa falta de embasamento impede que o médico receite a cloroquina de forma confortável e segura, com base numa avaliação equilibrada entre riscos e benefícios. Sem dados robustos e o devido respaldo técnico, a utilização de qualquer remédio torna-se uma espécie de experimentação, que pode trazer mais problemas do que melhorias à saúde", destaca.

De acordo com a publicação da SBP, apesar da constatação de que os casos graves de COVID-19 em crianças e adolescentes não são muito frequentes, é desejável que se disponha de um tratamento efetivo, em função da impossibilidade de prever quais pacientes específicos apresentarão uma evolução desfavorável. Contudo, como ressalta o documento, ainda não se observou nenhum estudo clínico, randomizado e controlado com resultados consistentes e favoráveis à administração de cloroquina ou hidroxicloroquina, puras ou combinadas com outros medicamentos, tanto para a população adulta quanto para a pediátrica.

De acordo com a SBP, os estudos que indicam o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina para o tratamento do COVID-19 são, em sua maioria, análises observacionais não-controladas e estudos randomizados não-cegos, com amostras pequenas, e algumas pesquisas não permitiram resultados conclusivos, pois foram interrompidas devido ao aumento da mortalidade em decorrência do uso de altas doses desses medicamentos. Além disso, o documento ressalta que não há estudos que comprovem o benefício do uso dessas drogas de maneira preventiva.

Entre os efeitos colaterais que a cloroquina e a hidroxicloroquina podem causar estão alterações gastrintestinais; distúrbios visuais; urticária; efeitos cardiovasculares, como hipotensão, vasodilatação, supressão da função miocárdica, arritmias cardíacas, cardiomiopatia e parada cardíaca; e efeitos no sistema nervoso central, como cefaleia, confusão, convulsões e coma; entre outros.

A Nota de Alerta da Sociedade Brasileira de Pediatria pode ser acessada AQUI.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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