Notícias de saúde

Exame de sangue pode prever piora da Esclerose Múltipla

08 de junho de 2020 (Bibliomed). Um novo exame de sangue pode ajudar os médicos a prever pioras em pacientes com esclerose múltipla. Realizado pelo Karolinska Institute, na Suécia, o teste procura uma substância chamada cadeia leve do neurofilamento, que é uma proteína nervosa que pode ser detectada quando as células nervosas morrem. As pessoas com níveis mais altos eram mais propensas a piorar os efeitos da esclerose múltipla nos próximos anos.

Na esclerose múltipla, o sistema imunológico do corpo ataca o sistema nervoso central, geralmente levando a problemas de equilíbrio e caminhada que vêm e vão. O estudo incluiu quase 4.400 pessoas com esclerose múltipla e um grupo controle de mais de 1.000 pessoas saudáveis.

Durante cinco anos, os voluntários forneceram amostras de sangue e sua saúde foi acompanhada para ver qual deficiência piorou. Os pesquisadores também verificaram sinais de uma forma mais séria de esclerose múltipla chamada secundária progressiva, na qual a incapacidade piora pouco a pouco e depois se torna mais constante. O estudo controlou os dados para dar conta de fatores que podem levar ao agravamento da incapacidade, como a duração da esclerose múltipla.
Pessoas com EM tinham muito mais cadeia leve de neurofilamentos no sangue do que pessoas sem a doença. Aqueles com altos níveis de proteína nervosa tinham 40% a 70% mais chances de piorar sua incapacidade no próximo ano, em comparação com aqueles com baixos níveis.

Níveis mais altos de proteína também se traduzem em uma chance 50% maior de uma incapacidade moderada que afeta a vida cotidiana, mas não a capacidade das pessoas de andar. Pessoas com níveis mais altos de proteína também tinham 50% mais chances de desenvolver uma deficiência que prejudicasse a caminhada, mas ainda podiam andar cerca de um terço de uma milha sem ajuda ou fazendo uma pausa. No geral, 525 pessoas (16%) tiveram um nível moderado de incapacidade durante o estudo de cinco anos, e 352 pessoas (9%) desenvolveram deficiências significativas.

Embora o teste pudesse prever um risco muito maior de incapacidade, não era possível mostrar definitivamente se alguém teria ou não uma incapacidade. Os pesquisadores ressaltam que é possível que outras condições médicas não estudadas possam afetar os níveis da cadeia leve de neurofilamentos, o que evidencia a necessidade de mais estudos.

Contudo, os pesquisadores estão animados com o novo teste, uma vez que ele pode substituir o monitoramento convencional, que é baseado em ressonância magnética e exames físicos para avaliar a evolução da doença. Além disso, o teste pode ser útil em estudos clínicos para verificar se alguém está respondendo a um tratamento.

Fonte: Neurology. DOI: 10.1212/WNL.0000000000009571.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários