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Droga Para Esclerose Múltipla Progressiva Tem Bom Resultado

Por Leslie Gevirtz

BOSTON (Reuters) - A droga para esclerose múltipla Avonex foi considerada segura e possivelmente benéfica para um grupo de pacientes que ainda não dispõe de tratamento específico, informaram pesquisadores.

O Avonex é um produto beta-interferon, fabricado pela Biogen, empresa de biotecnologia de Cambridge, Massachusetts. A droga vendeu 190 milhões de dólares durante o segundo trimestre e já é receitada para o tratamento de esclerose múltipla reincidente.

O estudo de Alan Thompson, do Instituto de Neurologia em Londres, foi apresentado ao Comitê Europeu para Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla, no domingo. Os resultados do trabalho mostraram que a droga era "segura e bem tolerada" por pacientes com esclerose múltipla primária e progressiva (PPMS).

A PPMS é uma das formas mais agressivas e crônicas da doença, pois ataca uma proteína, a mielina, que cobre as fibras nervosas do cérebro e da medula espinhal. Aproximadamente entre 10 a 15 por cento -- dos cerca de 1 milhão de pacientes em todo o mundo -- têm a forma PMS da doença, que, ao progredir, pode causar descontroles emocionais, perda do controle muscular e do equilíbrio, visão dupla e dificuldade para urinar.

As pessoas que sofrem da forma reincidente da esclerose múltipla têm conseguido usar o Avonex ou o Betaseron, da Schering AG, ou Copaxone, da Teva Pharmaceutical, na tentativa de controlar os sintomas. "Mas, para aqueles com PPMS, realmente não havia nada", informou o médico Rip Kinkel, da Clínica Cleveland. Kinkel estima que a maioria dos pacientes atendidos por neurologistas tem a forma mais agressiva do distúrbio.

Kinkel explicou que não esperava que os resultados do estudo duplo-cego (em que um grupo recebe placebo, substância inócua, e outro o medicamento), realizado com 50 homens e mulheres, entre 29 e 50 anos, mostrassem que as doses padrão do Avonex injetadas semanalmente reduziriam significativamente o tamanho das lesões no cérebro, detectadas em exames.

Segundo Kinkel, o trabalho demonstrou que os pacientes com PPMS têm tolerado o Avonex razoavelmente e que a droga pode ser benéfica.

O professor da Faculdade de Medicina de Harvard, Tim Vartanian, também ficou surpreso com os resultados e observou que poucos neurologistas "teriam previsto qualquer benefício".

"Foi um trabalho bem conduzido e causou impacto ... Oferece esperança e alguma direção para o futuro, mas eu digo isso destacando que é um estudo muito preliminar", afirmou Vartanian.

De acordo com um porta-voz da Biogen, a empresa forneceu Avonex aos pesquisadores, mas não financiou nem avalizou o estudo.

Sinopse preparada por Reuters Health

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