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03 de junho de 2020 (Bibliomed). Os pangolins, animais tipo tatus que muitos acreditam terem sido o ponto de partida para a infecção de humanos pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), podem ter desempenhado um papel importante no surgimento em humanos do vírus causador do COVID-19, mas eles não eram os únicos elos na transmissão de animal para humano.
Os pangolins são vendidos como alimento nos "mercados úmidos" de animais vivos na China - instalações há muito suspeitas de serem o marco zero para a disseminação de vírus originários de animais para as pessoas. Desde a pandemia, especialistas em todo o mundo pediram o fechamento de tais mercados na China e em outros lugares.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Duke, do Laboratório Nacional Los Alamos, da Universidade do Texas e da Universidade de Nova York, todos nos Estados Unidos, estão estudando o vírus que causa o COVID-19, e suas pesquisas lançam uma nova luz sobre como ele foi capaz de produzir o salto de animais para pessoas.
Ao trocar um fragmento essencial de um gene no vírus em pangolins, o SARS-CoV-2 tornou-se capaz de agir, concluíram os pesquisadores. Esse salto de espécie a espécie foi possível porque a mutação do vírus permitiu que ele se ligasse às células humanas, como um encaixe de chave em uma fechadura.
No entanto, os coronavírus de pangolins usados como amostras no novo estudo são muito diferentes do SARS-CoV-2 que infectam seres humanos, portanto, é possível que algumas espécies intermediárias, que não pangolins ou morcegos, estejam envolvidas no processo pelo qual o SARS-CoV-2 adquiriu a capacidade de infectar células humanas.
O novo coronavírus usa uma estrutura especial em sua camada externa para se ligar às células respiratórias e intestinais humanas, o que é diferente daquele dos morcegos infectados, portanto, os morcegos não foram a causa da pandemia, explicam os pesquisadores.
O SARS-CoV-2 parece ser um tipo de cepa híbrida, algures entre as estirpes isoladas de pangolins ou morcegos. Os pesquisadores ressaltam que o estudo demonstrou que, de fato, o SARS-CoV-2 tem uma rica história evolutiva que incluiu uma reorganização do material genético entre o coronavírus de morcego e pangolim antes de adquirir sua capacidade de infectar os seres humanos.
Os pesquisadores ressaltam que é fundamental reduzir ou eliminar o contato direto humano com animais selvagens para evitar novas doenças por coronavírus no futuro.
Fonte: Science Advances. May 29, 2020.
Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.
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