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Vitamina D pode aumentar chances de sobrevivência no COVID-19

19 de maio de 2020 (Bibliomed). Tem havido muita especulação sobre se a vitamina D pode impedir ou ajudar na sobrevivência do COVID-19, e dois novos estudos parecem ressaltar o vínculo.

No primeiro estudo, publicado na revista Aging Clinical and Experimental Research, pesquisadores britânicos descobriram que as infecções e mortes por COVID-19 eram maiores em países onde as pessoas tinham baixos níveis de vitamina D, como Itália e Espanha, em comparação com os países do norte da Europa, onde os níveis médios de vitamina D eram mais altos. Os pesquisadores explicaram que as pessoas no sul da Europa podem ter pigmentação mais escura, o que reduz a síntese de vitamina D, enquanto as pessoas nos países do norte da Europa consomem mais óleo de fígado de bacalhau e suplementos de vitamina D.

O segundo estudo foi publicado no jornal online medRxiv, mas não foi revisado por pares. Nele, uma equipe da Northwestern University, nos Estados Unidos, analisou dados de dez países, incluindo os Estados Unidos, e a conclusão do estudo foi a mesma: baixos níveis de vitamina D estavam ligados a um sistema imunológico hiperativo. A chamada "vitamina do sol" aumenta a imunidade e evita uma resposta imunológica hiperativa, disseram os pesquisadores da Northwestern, acrescentando que a descoberta pode explicar vários mistérios, incluindo por que é pouco provável que as crianças morram com o COVID-19.

Contudo, apesar dos resultados aparentemente animadores destes estudos, o Dr. Mark Bolland, professor associado de medicina da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, que investigou os efeitos da vitamina D na saúde óssea, disse que nenhum estudo prova causa e efeito. "Existem numerosos exemplos em que baixos níveis de vitamina D foram associados a uma condição, mas elevar os níveis não a melhora", explica. Para Bolland, é muito simplista dizer que, como alguns países têm níveis médios mais baixos de vitamina D, essa é uma provável razão para piores estatísticas do COVID-19.

Outros pesquisadores, como William Grant, diretor do Sunlight, Nutrition and Health Research Center, em San Francisco (EUA), acreditam no contrário: as descobertas aumentam os resultados de outros estudos observacionais que descobriram que o aumento dos níveis de vitamina D pode ajudar a prevenir o COVID-19 ou torná-lo menos grave.

Frank Lau, professor associado de cirurgia clínica da Louisiana State University, nos Estados Unidos, está realizando testes clínicos com vitamina D em pacientes em estágio inicial de infecção pelo novo coronavírus, e disse que a pesquisa mostra claramente que a vitamina D pode fazer a diferença. Segundo seus estudos, pacientes cujos níveis de vitamina D são baixos têm uma resposta imunológica mais fraca ao novo coronavírus. Lau explica que a vitamina D fortalece o organismo, permitindo que o corpo desenvolva anticorpos contra o vírus e evite que ele se espalhe.

Embora Lau suspeite que a vitamina D não ajude uma vez que uma infecção seja grave, ele acredita que aumentar os níveis de vitamina D pode ajudar a afastar o COVID-19. Ele recomenda que as pessoas tomem sol de 10 a 15 minutos por dia, além de se atentar à alimentação, incluindo alimentos ricos nessa vitamina.

Fonte: United Press International HealthDay News. May 8, 2020.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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