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08 de maio de 2020 (Bibliomed). Pessoas que passaram por um transplante renal estão em maior risco de desenvolver a forma grave da COVID-19 e de a infecção resultar em morte. Isso ocorre porque o tratamento pós-cirúrgico de um transplante de rins inclui o uso de medicamentos anti-imunes, o que torna a pessoa mais suscetível a infecções.
Realizado pelo Montefiore Medical Center, nos Estados Unidos, o estudo analisou os resultados de 36 pacientes transplantados renais diagnosticados com COVID-19 entre 16 de março e 1º de abril de 2020. Quase um terço desses pacientes morreu devido à infecção pelo novo coronavírus e, na maioria dos casos, o COVID-19 piorou rapidamente. Trinta e nove por cento dos pacientes precisaram ser colocados em um ventilador mecânico e quase dois terços (64%) dos pacientes ventilados morreram.
Os resultados mostram uma mortalidade precoce muito alta entre os receptores de transplante renal com COVID-19 - 28% em três semanas, em comparação com a mortalidade relatada de 1% a 5% entre pacientes com COVID-19 na população em geral.
Os pacientes que recebem órgãos doadores recebem medicamentos supressores do sistema imunológico para ajudar a prevenir a rejeição do novo órgão. Mas isso significava que a maioria dos pacientes tinha baixos níveis de células sanguíneas do sistema imunológico necessárias para montar uma forte defesa contra qualquer doença infecciosa. Portanto, para os pesquisadores, o novo estudo "apoia a necessidade de diminuir doses de agentes imunossupressores em pacientes com COVID-19".
Os autores explicam que isso é especialmente verdadeiro para pacientes transplantados que recebem um medicamento imunossupressor chamado globulina antitimócita, que diminui todos os subconjuntos de células T do sistema imunológico por muitas semanas. Dois dos oito pacientes do estudo que não precisaram de hospitalização, mas foram monitorados em casa, também morreram e ambos estavam tomando globulina antitimócita.
Além disso, pacientes com transplante de órgãos que desenvolvem COVID-19 também podem representar riscos elevados para os profissionais de saúde. Indicações precoces sugerem que os receptores de transplante podem ter cargas virais mais altas e liberar vírus por um período prolongado de tempo, os chamados 'super-shedders'.
Fonte: The New England Journal of Medicine. DOI: 10.1056/NEJMc2011117.
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