Separação e divórcio podem despertar o medo de abandono em crianças

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Saúde do bebe e da criança

Crianças que veem seus pais brigarem durante uma separação ou divórcio têm maior probabilidade de desenvolver o medo do abandono, alerta uma nova pesquisa realizada pela Arizona State University, nos Estados Unidos. E mesmo que um jovem se sinta próximo de um ou de ambos os pais, esse medo ainda pode prejudicar sua saúde mental no futuro.

As descobertas resultam de entrevistas com cerca de 560 crianças entre 9 e 18 anos de idade. Pais e professores também foram entrevistados. Os entrevistadores primeiro perguntaram às crianças quão frequente e intenso era o conflito entre seus pais. Em seguida, eles perguntaram com que frequência as crianças se sentiam presas no meio – por exemplo, sendo solicitadas por um dos pais para levar uma mensagem para o outro.

Finalmente, os pesquisadores queriam saber se seus pais falavam mal uns dos outros. Eles descobriram que a exposição ao conflito previa o medo das crianças de serem abandonadas por um ou ambos os pais. Por sua vez, as crianças que relataram maior medo de abandono eram mais propensas a relatar mais problemas de saúde mental 11 meses depois. Esses problemas incluíam sentimentos reprimidos de angústia e/ou sentimentos gerais de ansiedade ou medo.

Para os pesquisadores estes resultados já eram esperados, dada a saúde mental dos participantes quando o estudo começou. Eles explicam que ter um bom relacionamento com os pais não protegeu os filhos de temerem o abandono em face de um grande conflito.

Os jovens participantes – idade média de 12 anos – haviam se inscrito em um programa pós-divórcio entre 2012 e 2015. Os pesquisadores descobriram que a ligação entre o conflito dos pais e o medo do abandono era evidente, independentemente da idade da criança, embora fosse mais prevalente entre os mais jovens. A avaliação durou 11 meses, então não está claro por quanto tempo as ramificações psicológicas podem durar.

Os pesquisadores descobriram que a boa paternidade não parecia proteger as crianças do impacto da exposição ao conflito parental. Esta foi uma descoberta classificada como surpreendente pelos autores, uma vez que a boa paternidade é um fator de proteção muito forte e poderoso para todas as crianças, especialmente após uma separação ou divórcio.

Fonte: Child Development. DOI: 10.1111/cdev.13539.

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