Cresce o número de gestantes e puérperas com pensamentos suicidas

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Maternidade

O número de mulheres que pensam em suicídio ou automutilação durante ou após a gravidez pode estar aumentando, sugere um estudo da University of Michigan, nos Estados Unidos. Em 2006, 0,2% das mulheres foram diagnosticadas com suicídio. Em 2017, esse número chegava a 0,6%.

Analisando quase 600.000 gestantes nos Estados Unidos, os pesquisadores descobriram que cerca de 2.700 foram diagnosticadas com risco para suicídio no ano anterior ou após o parto. E o diagnóstico – definido como pensamentos suicidas ou automutilação intencional – tornou-se mais comum com o tempo.

Para o estudo, os pesquisadores usaram um banco de dados de reivindicações médicas em mais de 595.000 mulheres americanas que deram à luz entre 2006 e 2017. Informações de identificação pessoal foram removidas.

Durante esse tempo, a prevalência de pensamentos suicidas aumentou de 0,1% para 0,5% e a automutilação aumentou de 0,1% para 0,2%, descobriram os investigadores. E, como acontece com muitas áreas da saúde, as mulheres negras corriam um risco maior: sua taxa de suicídio aumentou de 0,2% para 0,9%.

Os pesquisadores destacam que os números absolutos podem parecer pequenos, mas certamente eles subestimam a extensão do problema, uma vez que o estudo focou apenas em diagnósticos concluídos e apenas mulheres com convênios privados, deixando de fora aquelas que utilizam o Medicaid, o programa de seguro do governo para americanos de baixa renda.

O estudo não pode esclarecer os motivos de as taxas estarem aumentando, mas, segundo os pesquisadores, uma possibilidade é que o suicídio agora esteja sendo detectado com mais frequência por causa da triagem e dos esforços para diminuir o estigma, mas também é possível que a verdadeira prevalência esteja aumentando. Eles destacam que é preciso estimular as mulheres a buscarem ajuda e que é importante que os parceiros, familiares e amigos das mulheres tentem ajudar se notarem quaisquer sinais ou mudanças de comportamento preocupantes.

Fonte: JAMA Psychiatry. DOI: 10.1001/jamapsychiatry.2020.3550.

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