Artigos de saúde
© Equipe Editorial Bibliomed
Neste Artigo:
- Surdez Neurossensorial
- Indicadores de Perda Auditiva
- Recomendações Gerais
Nos EUA, calcula-se que cerca de 3 milhões de crianças com menos de 18 anos idade apresentem graus variáveis de perda auditiva. Uma pesquisa avaliou 117 crianças entre 2 e 12 anos e descobriu que 1,4% delas apresentava algum grau de perda auditiva permanente. Importante: o estudo não incluiu crianças com episódios recorrentes de otite média, um fator de risco importante para surdez na infância.
Mas, afinal: bebês podem sofrer de surdez ? Quando suspeitar ? E o que pode ser feito para descobrir ?
A perda auditiva pode ter várias causas, muitas delas temporárias. Mesmo em alguns casos de surdez neurossensorial (SNS, causada por lesão nos sistemas nervosos responsáveis pela condução da audição), o déficit auditivo não é total. A surdez neurosensorial (SNS) ocorre em uma criança a cada 2000 nascimentos.
Calcula-se que 80% das crianças com SNS sofram de déficit auditivo congênito ou adquirido precocemente e em 30% dos casos existe um forte componente hereditário – daí a importância em informar ao Pediatra sobre casos de surdez em crianças na família.
A causa da surdez nem sempre é óbvia e permanece obscura em cerca de 40% dos pacientes. As causas mais comuns de SNS são: fatores hereditários (12%), traumas na cabeça (11%) e fatores de risco perinatais (11%). O baixo peso ao nascer (menos que 1,5 Kg) é o fator de risco mais comum para SNS, provavelmente porque estes bebês prematuros apresentam mais lesões isquêmicas, hemorrágias no ouvido interno e estão mais sujeitos aos efeitos tóxicos da bilirrubina (que causa icteríca neonatal) ou antibióticos (como aminoglicosídeos). Apesar de trabalhoso e caro, buscar a causa é importante nos casos tratáveis de SNS.
Cerca de 50% dos recém-nascidos não possuem fatores de risco sugestivos de SNS e com isto o diagnóstico é retardado até que sejam observadas anormalidades na fala e na linguagem. Em 33% dos casos o diagnóstico é dado quando a criança já está por volta dos 12 meses de idade. A idade média de diagnóstico de surdez na infância varia de 1,74 (para os casos com SNS bilateral moderada a profunda) a 4,3 anos de idade (nos casos de déficits mais leves). Contudo, alguns estudos contestam estes números e afirmam: a idade média para diagnóstico pode ser ainda mais alta, situando-se entre 7 e 8 anos de idade em boa parte dos casos.
Os pais são os responsáveis pela primeira suspeita de surdez em 60% das crianças com déficit auditivo. Os quadros abaixo mostram algumas características de risco que auxiliam na avaliação da audição do bebê:
Deficiência auditiva no bebê: fatores de risco de acordo com a fase |
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Recém-nascido e até 6 meses de idade |
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Entre 6 e 12 meses de idade
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Após 13 meses de idade |
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Na suspeita de surdez, leve a criança a um Otorrinolaringologista para ser examinada. O teste de audição pode ser feito em qualquer idade – mesmo em recém-nascidos.
Desde 1993, o National Institutes of Health (NIH) nos EUA recomendam audiometria para todas as crianças por volta dos 3 meses de idade e em todos os pacientes internados em UTINs (Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal). Na verdade, Todas as crianças deveriam fazer um teste de audição antes de começar a frequentar a escola.
Mesmo déficits auditivos unilaterais associam-se a prejuízos significativos no desempenho escolar e no desenvolvimento de habilidades psico-lingüísticas. Fazer o diagnóstico precocemente e, se necessário, incluir a criança em programas educacionais especiais, é fundamental para não prejudicar seu ritmo de desenvolvimento intelectual– que via de regra encontra-se preservado.
Copyright © 2012 Bibliomed, Inc. Publicado em 07 de novembro de 2011 Revisado em 12 de novembro de 2012
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