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Fobia social – o que é?

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo:

- O que é fobia social?
- O que a pessoa com fobia social sente?
- A fobia social é um problema comum?
- Como a mente funciona nesses casos?
- O tratamento pode ser feito com medicamentos?
- Existem outras modalidades de tratamento para a fobia social?

O que é fobia social?

Muitas pessoas sentem-se nervosas, ansiosas, frente a determinadas situações sociais, como entrevistas de emprego, reuniões de escola, apresentações, etc. A maioria de nós se sente preocupado com o que vai falar, fazer ou mesmo usar durante tais eventos. Porém, com o passar do tempo e à medida que vamos vivenciando essas situações, essa preocupação vai diminuindo. Nos indivíduos com fobia social (também chamada de distúrbio de ansiedade social), no entanto, esses e outros eventos sociais continuam sempre sendo situações de grande estresse, o que compromete significativamente suas vidas.

As pessoas com fobia social geralmente começam a perceber o problema já no início da adolescência, embora alguns relatem que se lembram de ter o problema desde que se entendem por "gente". Em alguns casos, a fobia desenvolve-se mais tardiamente, quando a demanda social aumenta. É comum observar-se um padrão familiar do distúrbio, e algumas vezes a fobia social contribui para o surgimento de outros problemas, como a depressão e o alcoolismo.

O que a pessoa com fobia social sente?

Muitas pessoas com esse problema sentem um forte medo de ficar envergonhadas, na frente de outras pessoas. Esses pacientes sentem como se todos estivessem olhando para eles, vendo-os ficar vermelhos, suar ou demonstrar seu medo de qualquer outra forma. Eles acreditam que demonstrar ansiedade é um sinal de fraqueza ou inferioridade, e que as outras pessoas são mais confiantes e competentes (do que elas realmente são).

Eles compreendem que seu medo não é totalmente racional, mas mesmo assim temem desesperadamente a vivência de situações sociais. Eles podem mudar sua vida, para evitar determinados eventos. Se esses pacientes vão a algum evento, sentem-se extremamente ansiosos no período que antecede o mesmo e extremamente desconfortáveis durante. Podem estar presentes sintomas físicos, como sudorese exagerada, desconforto estomacal ou dificuldade de falar. Posteriormente ao evento, esses sintomas podem durar por mais algum tempo, já que os pacientes costumam se preocupar com o que as outras pessoas presentes no local pensaram dele. A fobia social pode fazer com que seja muito difícil ir trabalhar, à escola ou outras atividades do dia-a-dia.

A fobia social é um problema comum?

A fobia social é reconhecida, atualmente, como um dos principais transtornos psiquiátricos na população geral. Estima-se uma prevalência, ao longo da vida, de 13,3%, sendo maior entre as mulheres (15,5%) que em homens (11,1%). Infelizmente, acredita-se que apenas 2% desses pacientes procuram tratamento para seu problema. A maioria das pessoas acaba estruturando suas vidas de forma a evitar as situações temidas, qualquer coisa que desencadeie sua ansiedade. Esse mecanismo pode até funcionar para alguns pacientes com tipos específicos de fobia social, mas para os indivíduos com fobia social generalizada, essa estratégia compromete bastante sua capacidade de ter uma vida completa.

As bebidas alcoólicas são, frequentemente, usadas na tentativa de reduzir a ansiedade, permitindo que o indivíduo tolere a situação social temida. Em cerca de 85% dos indivíduos com fobia social que são alcoólatras, a fobia social precede o alcoolismo.

Como a mente funciona nesses casos?

Os indivíduos com fobia social tendem a superestimar seus sintomas ansiosos – por exemplo, se estão se sentindo ansiosos e ruborizados, pensam que estão vermelhos como pimentões. Além disso, a mente desses pacientes tende a interpretar erroneamente as respostas das outras pessoas, de uma forma negativa. Eles superestimam o grau de atenção que as outras pessoas dispensam a eles, assim como a probabilidade com que serão envergonhados ou rejeitados. Finalmente, eles tendem a dar ênfase exagerada a qualquer falha percebida, ao mesmo tempo em que diminuem seus acertos e vitórias.

O tratamento pode ser feito com medicamentos?

Com certeza. Em pacientes com fobia social específica, como a que envolve o desempenho em apresentações, o uso de beta-bloqueadores pode ser benéfico. Esses medicamentos atuam diretamente sobre os sintomas da ansiedade (como a taquicardia, ou aumento da freqüência cardíaca), mas não sobre a experiência emocional em si. Isso acaba exercendo um efeito indireto no processo mental da ansiedade, já que se bloqueia a comunicação dos sinais de ansiedade ao cérebro.

Medicamentos como os benzodiazepínicos (sedativos) também podem ser bastante úteis no tratamento desse distúrbio, e podem ser usados apenas quando necessário. Nos pacientes com fobia social generalizada, os antidepressivos são especialmente úteis. Além de controlar a ansiedade, eles ajudam a tratar uma possível depressão associada.

Existem outras modalidades de tratamento para a fobia social?

Um componente importante no tratamento da fobia social é a chamada terapia cognitivo-comportamental (TCC). Nesse tipo de terapia, fornece-se ao indivíduo uma ajuda para identificar seus problemas e desafiar a exatidão de suas percepções. Eles também aprender a reduzir sua resposta fisiológica de ansiedade, com o emprego de várias técnicas de relaxamento, como respiração profunda e relaxamento muscular progressivo.

Outra estratégia é a exposição gradual à situação temida, à medida que o indivíduo aprende a tolerar cada vez mais essa exposição. Eventualmente, a resposta ansiosa consegue ser extinta. A TCC de grupo também pode ser eficaz no tratamento desse problema. Nesse tipo de TCC, emprega-se o treinamento de habilidades sociais, e o jogo de papéis, permitindo aos indivíduos conseguir uma resposta direta sobre suas percepções de como as outras pessoas o vêem.

Copyright © 2007 Bibliomed, Inc.                                        19 de novembro de 2007