Artigos de saúde
Neste Artigo:
- O Exercício Aeróbico
- Maior Provisionamento de Oxigênio
- Os Limites do Coração
- Tipos de Atividade Muscular
- Exercícios de Reabilitação
Cardiovascular
- Tudo na Sua Medida e em Harmonia
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"Não há duvidas que o exercício físico melhora a qualidade de vida, por trazer
conseqüências físicas e psíquicas. Previne doenças, otimiza o condicionamento físico
e as funções cardíaca e muscular. Por outro lado, é muito importante especialmente
para pacientes cardíacos, porque além dos benefícios cardiovasculares diretos, a
atividade física alivia a ansiedade o sentimento de desamparo".
Além do modismo de ir à academia e "fazer ferros" para melhorar o
visual corporal, todos os médicos coincidem em que a atividade física é um fator chave
para a saúde e a vida sedentária é considerada sinônimo de doença.
Estudos epidemiológicos têm demonstrado uma forte associação entre a vida sedentária
e o aparecimento de doenças nas coronárias, tais como infarto do miocárdio ou angina de
peito, entre outras", afirma a doutora Susana Lipshitz, médica cardiologista da
Clínica Bazterrica, de Buenos Aires, Argentina.
Demonstrou-se também que a execução de um plano de atividade física diminui a pressão
arterial. E obtém-se outros benefícios, como a redução do excesso de peso, a
diminuição do nível de triglicérides (gorduras), o aumento dos níveis do colesterol
bom (HDL) e a provável diminuição do colesterol ruim (LDL). Finalmente, a atividade
física reduz a resposta exagerada diante do esforço físico. Isto significa que, a
pessoa treinada, que faz exercícios regularmente, sofre uma adaptação no seu organismo.
E, quando faz um esforço, sua freqüência cardíaca e sua pressão arterial não sobem
do mesmo modo que na pessoa não treinada.
O Exercício Aeróbico
Os especialistas recomendam o exercício do tipo aeróbico ou dinâmico (caminhar, correr,
nadar, andar em bicicleta). O exercício aeróbico é o que realiza-se aumentando o
ingresso de oxigênio no organismo. Um aspecto importante das atividades aeróbicas é que
o combustível orgânico que utilizam os músculos, são principalmente as gorduras.
"Ao contrário, os exercícios intensos e curtos, como correr 100 metros, ou levantar
pesos, utilizam como fonte de energia o açúcar (glicose)", assinala o doutor Jorge
Braguinski, especialista em doenças da nutrição. Isto significa que, se uma pessoa
procura "queimar as gorduras", lhe convém realizar uma atividade aeróbica.
É importante que a atividade se realize em forma regular e progressiva, recomenda por sua
parte Lipshitz, e sublinha: "Praticado deste modo, o exercício não é perigoso,
porém sempre é conveniente consultar ao médico, antes de começar um programa de
atividade física".
O exercício, como o regime alimentar, é um compromisso para toda a vida. Se for
interrompido, perdem-se rapidamente os efeitos saudáveis. Por isso a especialista sugere
que a atividade física seja realizada durante 30 a 60 minutos, de três a cinco vezes por
semana.
Maior Provisionamento de Oxigênio
O que acontece no organismo das pessoas que se exercitam? Durante a atividade física
se produzem mudanças na circulação sangüínea destinadas a prover um maior aporte de
oxigênio aos tecidos que estão se movimentando. Este aporte maior se produz graças ao
esforço do coração, devido a que este órgão aumenta o volume de sangue que envia ao
corpo todo, uns 70 centímetros cúbicos de sangue por batida. Este valor, multiplicado
por 70 batidas por minuto (a normal, em repouso) representa, aproximadamente, 5 litros por
minuto. Mas durante o exercício esse volume pode chegar a se quintuplicar devido às
mudanças que se produzem no organismo, por exemplo, o aumento da freqüência cardíaca.
As necessidades metabólicas que surgem durante a atividade física são compensadas
mediante adaptações do sistema circulatório central e o periférico, como o aumento da
pressão arterial máxima e da freqüência cardíaca, a vasodilatação periférica e a
local, e uma diminuição da pressão arterial mínima. O organismo contrai as artérias
das regiões onde não se necessita um alto aporte de oxigênio, por exemplo, nas
vísceras. E dilata ao máximo as zonas de esforço, dos músculos de pernas e braços,
que requerem máximo aprovisionamento de oxigênio.
Estas mudanças adaptativas relacionam-se com a freqüência, duração, intensidade e
tipo do exercício. "Quanto maior a intensidade do exercício, maior o risco de
sofrer um traumatismo e, em alguns casos, um acidente cérebro-vascular. Recomenda-se
então aos adultos e anciãos sadios, com características sedentárias, exercícios de
longa duração e intensidade moderada", indica Lipshitz.
Os Limites do Coração
O coração pode chegar a uma freqüência máxima. É a quantidade máxima de
pulsações por minuto a que pode chegar uma pessoa de acordo com a sua idade. Existe uma
fórmula para determinar este valor, que é um indicador da capacidade (ou resistência)
para o exercício aeróbico. Ela se obtém ao subtrair ao número 220, a idade de cada um.
O resultado será o número máximo de pulsações por minuto a que se pode chegar durante
um exercício. Por exemplo, se uma pessoa tem 50 anos (220-50= 170) o máximo de batidas
será 170. Este valor se encontra pré-estabelecido segundo tabelas por sexo e idade.
O coração é um músculo e por tanto, para funcionar requer oxigênio. Na medida que
aumenta a freqüência cardíaca, o consumo de oxigênio é maior. Chegar à freqüência
máxima é sinônimo de que o coração já não tem reserva de oxigênio. Portanto, é
necessário diminuir a intensidade do exercício para baixar a freqüência cardíaca.
"Toda pessoa sadia ou doente, deveria realizar uma prova de esforço (ergometria)
para valorar objetivamente sua capacidade funcional e determinar o tipo, intensidade e
duração do exercício a efetuar", indica a cardiologista.
Tipos de Atividade Muscular
Existem dois tipos básicos de atividade muscular. Um é o exercício dinâmico, ou
isotônico. Este tipo de atividade faz que os músculos esqueléticos se contraiam e se
alonguem. As atividades predominantemente isotônicas são: correr, trotar, nadar,
praticar ciclismo, remar, caminhar, a danças rítmicas e lentas.
O exercício estático ou isométrico provoca grandes mudanças no tensionamento dos
músculos, mas poucas mudanças no seu comprimento. As atividades deste tipo são, por
exemplo: levantar pesos, empurrar objetos pesados, empunhar objetos (raquetes) e fazer
corridas curtas e rápidas.
No exercício dinâmico (a esteira ou a bicicleta) se põem para trabalhar grandes massas
musculares e existe uma grande demanda de oxigênio como conseqüência da contração
muscular. No exercício estático, ao contrário, só se contraem, de forma sustentada,
pequenas massas musculares.
"O exercício isométrico intenso e sustenido pode ocasionar um acidente cerebral
hemorrágico, um infarto do miocárdio, ou a ruptura de um aneurisma de aorta",
assinala Lipshitz. E acrescenta: "Este exercício está contra-indicado nas pessoas
com recente dano miocárdio e com moderada ou severa hipertensão".
Exercícios de Reabilitação
Cardiovascular
Quando uma pessoa teve um problema cardíaco, os médicos recomendam os exercícios de
reabilitação cardiovascular. O objetivo da reabilitação, segundo a Organização
Mundial da Saúde, é um pronto retorno a um estilo de vida normal, ou o mais assemelhado
possível, ao que o indivíduo tinha antes da sua doença, e que lhe permita cumprir um
rol satisfatório na sociedade, retornando a uma vida ativa e produtiva.
Para quem está recomendada a reabilitação cardiovascular? "A reabilitação tem se
tornado uma ferramenta terapêutica que o médico cardiologista pode usar em quase todos
os pacientes", assinala Lipshitz.
O benefício fisiológico mais importante é a melhoria da capacidade funcional. Isto
significa que aumenta o limiar para sintomas como a angina de peito, a dispnéia, a fadiga
e o esgotamento, e um aumento na capacidade para o trabalho. Quer dizer que, se uma pessoa
sentia fadiga quando caminhava uma quadra, depois de iniciada a reabilitação, sentirá
fadiga quando tenha percorrido um trajeto maior. O resultado final destes mecanismos
adaptativos é uma melhoria da qualidade de vida.
Os exercícios de reabilitação devem começar precocemente logo após o diagnóstico de
uma enfermidade cardíaca, ou na forma posterior a um evento agudo. A eleição desse
momento é um critério médico que depende do estado clínico do paciente e da presença
ou não de complicações.
Tudo na sua Medida e em Harmonia
Estes exercícios recomendam-se logo após um infarto, uma cirurgia cardíaca, uma
angioplastia coronária, bem como para as pessoas que têm níveis altos de colesterol,
padecem angina de peito, diabetes mellitus, insuficiência renal, ou possuem marcapassos.
Porém, os exercícios estão contra-indicados para pessoas que têm um infarto em
evolução, uma angina refratária ao tratamento, ou padecem uma trombose, ou
tromboflebites. Também devem abster-se temporariamente de começar exercícios de
reabilitação, as pessoas que apresentem quadros febris, anemias, insuficiência
respiratória grave, ou asma com crises desencadeadas pelo exercício físico.
Um programa de reabilitação inclui um pré-aquecimento de 5 minutos com bicicleta ou
esteira. Bicicleta, entre 15 a 30 minutos. Esteira, entre 20 e 30 minutos, com exercícios
isotônicos e isométricos. Esportes, como vôlei, pingue-pongue, basquete, trote ou
natação, até 20 minutos. Por último, uns 10 minutos de trote.
A diversidade de exercícios estáticos e dinâmicos objetivam transformar o programa de
atividade física em alguma coisa de altíssimo aperfeiçoamento e eficácia, com alto
benefício e risco mínimo. A prescrição do exercício físico se realiza tomando em
consideração o resultado ergométrico e a compleição física da pessoa, para que
atinja um nível que melhore as condições cardiovasculares prévias. Com respeito à
intensidade, os exercícios deveriam alcançar a freqüência cardíaca útil de cada
paciente. No começo uns 60 por cento, até atingir os 80 por cento com o efeito do
treinamento.
Copyright © 2003 Bibliomed, Inc. 27 de Outubro de 2003.
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