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Crianças muito prematuras podem ter dificuldades motoras na infância

04 de agosto de 2022 (Bibliomed). Crianças nascidas extremamente prematuras (EPT), nascidas antes das 28 semanas de idade gestacional, enfrentam maiores riscos de dificuldades de movimento do que seus pares nascidos a termo. Estudos relatam estimativas de prevalência variadas e fatores prognósticos que identificam crianças que poderiam se beneficiar da intervenção precoce são inconsistentes. Recente estudo investigou a prevalência de dificuldades de movimento em crianças nascidas EPT e fatores de risco associados.

Os pesquisadores analisaram dados de 11 países europeus. Foram avaliadas crianças com 5 anos de idade e sem paralisia cerebral, nascidas com idade gestacional máxima de 28, através do Movement Assessment Battery for Children–Second Edition, que classifica as dificuldades de movimento como nenhuma (>15º percentil), em risco (6º–15º percentil) e significativa (=5º percentil). Associações com características sociodemográficas, perinatais e neonatais coletadas de prontuários obstétricos e neonatais e questionários aos pais foram estimadas por meio de regressão logística multinomial.

Descobriu-se que 23,2% das crianças estavam em risco de dificuldades de movimento e 31,7% tinham dificuldades de movimento significativas. Menor idade gestacional, lesões cerebrais graves e uso de corticosteroides pós-natais foram associados a dificuldades significativas de movimento, enquanto sexo masculino e displasia broncopulmonar foram associados a risco e dificuldades significativas de movimento. Crianças com mães mais jovens, primíparas, menos escolarizadas e não nascidas na Europa eram mais propensas a ter dificuldades significativas de movimento. As diferenças na prevalência entre os países permaneceram após os ajustes da mistura de casos da população.

Este estudo confirma uma alta prevalência de dificuldades de movimento em crianças EPT sem paralisia cerebral, que estão associadas a fatores de risco perinatais e neonatais, bem como características sociodemográficas e do país.

Fonte: Pediatrics (2022). DOI: 10.1542/peds.2021-054920.