Artigos de saúde

Parto Normal

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste artigo:

- Introdução
- O parto
- Orientações

Introdução

O nascimento deve ser um processo natural e, portanto saudável para a mãe e o feto. Com a evolução atual da obstetrícia é considerável a melhoria da assistência médica durante o pré-natal e o parto, possibilitando a identificação e tratamento de fatores que possam comprometer o bem-estar da futura mãe e do bebê. Com a utilização de métodos diagnósticos, em especial a ultra-sonografia, é permitido atualmente, maior e melhor clareza na visualização do feto, sua real posição e a estimativa de seu peso. Dessa forma, a obstetrícia associada à melhoria tecnológica diminui os traumatismos maternos e fetais tão temerosos e frequentes no passado.

No Brasil, a partir dos anos 70, o nascimento de crianças através do parto normal caiu significativamente. Existem vários fatores sócio-culturais responsáveis por este conceito, como também o medo da futura mãe de que o parto normal seja extremamente doloroso e que possa alterar a anatomia da vagina, além da falta de conhecimento das mulheres sobre os riscos que envolvem uma cesariana desnecessária e ainda a própria conveniência de alguns médicos - uma vez que a cesária é mais rápida que o trabalho de parto e pode ser marcado antecipadamente.

O parto


Um parto pode ser dividido clinicamente em três etapas que são: a dilatação, a expulsão e a dequiação (saída da placenta). Um trabalho de parto, geralmente, leva em torno de oito a doze horas. Este tempo de duração depende do fato de ser o primeiro parto, ou se a parturiente já teve outros partos normais.

No período de dilatação ocorre a dilatação e o enfraquecimento do colo uterino, o que permite a descida do feto para posterior expulsão, que é o nascimento. Este período se caracteriza pelo aparecimento das contrações uterinas do trabalho de parto. As contrações uterinas, estão presentes durante toda a gravidez, porém no trabalho de parto tornam-se mais dolorosas e rítmicas. Neste caso, a paciente é orientada a se encaminhar ao hospital ou maternidade quando as contrações dolorosas apresentam uma frequência de duas a três, a cada dez minutos. Já na maternidade deve ser assegurado um ambiente tranquilo que possibilite uma perfeita evolução do trabalho de parto.

Ao chegar maternidade/hospital, a paciente faz o exame físico geral e obstétrico. No período pré-parto, o líquido amniótico é claro, de coloração leitosa e apresenta concentração grossa. A observação de coloração esverdeada denuncia a presença de mecônio, isto é, quando o feto evacua no útero materno, podendo corresponder a sofrimento fetal.

Já no início do trabalho de parto é permitida a ingestão de pequenas porções de líquidos, mas com o avanço da dilatação, a parturiente deverá permanecer em jejum, devendo receber aporte calórico e hídrico através de infusão endovenosa. Até que a bolsa seja rompida, não existe necessidade de que a parturiente fique exclusivamente deitada, podendo até andar no quarto. Entretanto, após a rotura da bolsa, a paciente deve permanecer no leito, em posição lateral ou dorsal, com a cabeceira da cama elevada. Nestas posições não ocorre a compressão da veia cava inferior pelo útero, que possibilita a melhora do retorno venoso dos membros inferiores.

Normalmente durante o trabalho de parto, o obstetra acompanha a frequência e a intensidade das contrações uterinas. Em alguns casos, quadno necessário, o médico poderá utilizar substâncias que estimulam as contrações.

Outro ponto fundamental é o monitoramento dos batimentos cardíacos fetais, feitos durante a fase de dilatação, a cada quinze ou vinte minutos. A checagem dos batimentos cardíacos pode ser efetuada por estetoscópio, convencional ou, por meio de cardiotocógrafo que registra simultaneamente os batimentos cardíacos fetais e as contrações uterinas através de gráficos. A presença de batimentos cardíacos acelerados do feto de forma persistente, ou desacelerações frequentes após as contrações uterinas são sinais denunciadores de sofrimento fetal.

No caso de ruptura da bolsa, as contrações tornam-se mais intensas e neste momento, com a finalidade de aliviar a dor, indica-se a anestesia peridural. Por vezes, a analgesia é efetuada precocemente, pois sua realização está na dependência do limiar de dor de cada paciente. Através de um cateter, que é instalado no espaço peridural da coluna vertebral, administra-se anestésico que irá bloquear a dor sem interferir na função motora, permitindo que a parturiente colabore ativamente durante o parto.

Após o término da dilatação do colo uterino, inicia-se o chamado período de expulsão - momento que além das contrações uterinas se tornarem mais intensas e mais frequentes, acontecem ainda as contrações voluntárias da musculatura abdominal. Como a futura mãe está sob efeito de analgesia peridural, e, portanto, sem o desconforto da dor, os médicos normalmente orientam para realizar esforços de expulsão, no ritmo das contrações uterinas. A elevação do tronco da parturiente favorece a expulsão do bebê. Com o objetivo de diminuir os traumas dos tecidos do canal de parto, evitar lesões na região da cabeça do feto, os médicos podem aumentar a fenda vulvar por meio de um pequeno corte do períneo, quando for necessário.

A terceira etapa de um parto corresponde ao descolamento, descida e expulsão da placenta. Após a saída da placenta, é necessária a revisão do canal de parto e, caso seja preciso é feita a sutura de lacerações no colo uterino. Embora pareça complicado, na prática é o método mais simples e natural de parto.

Orientações

A mulher que pretende ter filho através de parto normal deve ficar atenta para alguns pontos importantes, como: lembrar sempre de controlar sua respiração, pois ela ajuda a ritmar as contrações, e a expulsar o bebê; se possível, fazer os exercícios indicados pelo médico para fortalecer os músculos da região, principalmente do períneo. Após o parto, antes de se levantar da cama pela primeira vez, deve-se sempre pedir auxílio; e quando for ao banheiro, lavar a região do períneo com água corrente para evitar inflamações.

É importante lembrar que o fato de uma mulher já ter feito uma cesariana, não impede na realização de um parto normal.

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