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O uso de veneno de víboras pode ser útil para combater os derrames. É o que informa um novo estudo publicado no Journal of the American Medical Association dia 10 de maio de 2000.
Pesquisadores do Health Science Center da Universidade do Texas em San Antonio, liderados pelo Dr. David Sherman, dizem que o veneno de uma determinada cobra encontrada na Ásia (nome científico: Calloselasma rhodostoma) é capaz de diminuir a agregação das células do sangue, tornando-o menos viscoso, e podendo ser eficaz no tratamento de pacientes com acidentes vasculares cerebrais (derrames).
Os cientistas começaram este estudo após verificar que pessoas inoculadas com o veneno específico desta víbora não apresentavam coágulos no sangue.
O mecanismo de ação do veneno, chamado Ancrod, é que leva à rápida diminuição do fibrinogênio em seres humanos, ocasionando anticoagulação e a diminuição da viscosidade do sangue; como resultado, há uma melhora na circulação do sangue.
O Ancrod já é usado na Europa e no Canadá desde os anos 70 como tratamento de reperfussão de situações como obstruções arteriais periféricas, trombose venosa profunda, e trombose da veia central da retina. No momento, o produto é comercializado apenas no Canadá.
Em um estudo que envolveu 500 pacientes vítimas de derrames cerebrais, 42% daqueles que receberam o Ancrod, nas primeiras 3 horas após o derrame, tiveram boa recuperação funcional e motora, contra apenas 34% que se recuperaram e que receberam uma droga placebo.
Os dois grupos de pacientes apresentaram índices de mortalidade semelhantes três meses após o início do tratamento. Não se observaram efeitos colaterais de grande importância nos pacientes que o acusaram o medicamento. Mas os pesquisadores afirmam que o Ancrod só pode ser administrado nas três primeiras horas após o derrame, pois se é dado tardiamente pode até mesmo causar a morte do paciente.
Fonte: JAMA 2000;283:2395-2403
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