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NEW YORK, Oct 07 – Após um traumatismo craniano, o córtex -- a parte do cérebro que "pensa" pode transferir algumas funções cerebrais das partes lesadas para as não-lesadas, de acordo com um estudo publicado no The Journal of Neuroscience.
Pesquisas anteriores demonstraram que as lesões cerebrais resultam em um processo chamado de "plasticidade", no qual o cérebro se reorganiza , com algumas áreas do cérebro aumentando de tamanho e assumindo funções de áreas próximas que foram danificadas.
Neste estudo, os Drs. Jayson Parker e Jonathan Dostrovsky da Universidade de Toronto em Ontario, no Canada, tentaram dar alguma luz acerca do papel do córtex e do tálamo na plasticidade. O tálamo, uma área profundamente localizada no cérebro, recebe informações acerca dos sentidos e dos movimentos do corpo, e passa essas informações para o córtex.
Os cientistas danificaram áreas específicas dos cérebros de ratos do sexo masculino e colocaram eletrodos cerebrais para monitorar quais eram as mudanças ocorridas em resposta às lesões.
Os pesquisadores descobriram que a destruição simultânea do córtex e do tálamo impedia que a reorganização da plasticidade ocorresse. Entretanto, se eles lesavam o tálamo, o que iniciava o processo da plasticidade, e esperavam por uma semana antes de lesar o córtex, eles não observavam alterações significativas na estrutura do tálamo, indicando que reorganização havia ocorrido.
Parker e Dostrovsky concluíram que para que áreas mais primitivas do cérebro (como o tálamo) se adaptem, exige necessidade de instruções mais evoluídas do cérebro – o córtex. Um córtex sem lesões pode enviar sinais que ajudem o tálamo a se adaptar da injúria, porém uma vez que as mudanças tenham ocorrido, o tálamo pode manter-se por si, dizem os pesquisadores.
Em uma entrevista com Reuters Health, Dostrovsky disse que este estudo somente se relaciona com a reorganização do tálamo e que "não é claro se a plasticidade em outros níveis (do cérebro) terá uma dependência semelhante do córtex".
Fonte: The Journal of Neuroscience 1999;19.
Publicado em Bibliomed Saúde em 11-10-1999
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