Artigos de saúde

Os Perigos da Obesidade

Neste artigo:

- Introdução
- Diminuição do peso corporal
- Cuidados

Introdução

A obesidade habitualmente coincide com o aumento de peso, sendo definida como o aumento da gordura corporal, em comparação com a massa magra, em um nível tal que possa ser a associado a um risco elevado para a saúde.

A herança genética, segundo o clínico geral e especialista em suporte nutricional Dr. Mauro Kleber de Sousa e Silva, é um fator importante, mas a obesidade parece ser causada pela combinação de hábitos alimentares pouco saudáveis com um estilo de vida sedentário.

Assim, quando a ingestão de energia supera o gasto energético, o excesso é guardado no tecido na forma de gordura corporal.

Segundo o especialista, o diagnóstico da obesidade , por muito tempo, foi feito levando em consideração as medidas do peso e da altura, que eram então comparados com tabelas padrão.

Estas tabelas foram desenvolvidas por companhias de seguro, ao longo de um período pré-determinado, medindo o peso e a estatura média de grupos populacionais específicos e por isto estão muito sujeitas a erros de interpretação.

Um modo melhor e mais preciso de se avaliar a obesidade envolve a determinação do índice de massa corporal - IMC calculado através da fórmula: IMC = Peso (Kg) / (Altura, em metros quadrados).

Diminuição do peso corporal

A diminuição do peso corporal é aconselhável nos casos de obesidade moderada e grave porque o risco de complicações metabólicas está relacionado ao IMC e à circunferência abdominal . Existe grande dificuldade na perda de peso e maior ainda na sua manutenção à longo prazo.

A oscilação do peso, entre os períodos de tratamento parece ser tão ruim ou até pior que do que a própria obesidade. Do ponto de vista clínico, o objetivo a longo prazo no tratamento da obesidade grave ou moderada, deve ser muito mais modesto do que os habitualmente tentados.

"Uma redução de apenas 5% a10% do peso corporal inicial e sua manutenção por longo prazo podem ser muito benéfica, ajudando a diminuir a pressão arterial, melhorando níveis de lípides sangüíneos, reduzindo sintomas de apnEia noturna e diminuindo o risco de lesões ósteo-musculares", explica o médico.

Um programa alimentar adequado será sempre importante no tratamento da obesidade, mas a dieta não deve ser um componente isolado no tratamento do obeso. Ela deve fazer parte de um programa de tratamento mais amplo, que deve incluir, modificação de hábitos alimentares, introdução de programas de exercícios físicos, e de acompanhamento médico à longo prazo.

Um erro comum no tratamento dietético é o de se perseguir resultados em curto prazo. Muitos tipos de dieta divulgadas na televisão, em revistas, livros, conversas e academias prometem grande perda de peso em um dia e sucesso permanente em curtíssimo prazo. "Elas sem dúvida podem promover perda de peso, mas esta perda não corresponde necessariamente à perda de peso equivalente em gordura", destaca o especialista.

Pacientes com diabetes, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca ou renal, em uso de diuréticos, hipotensores ou digital, por exemplo, podem ter distúrbios eletrolíticos graves e arritmias cardíacas potencialmente fatais nos programas de perda de peso sem acompanhamento médico.

Além do mais, estas dietas são quase que sempre nutricionalmente desbalanceadas e, com o seu uso, o índice de sucesso em longo prazo, objetivo final do tratamento, se aproxima de zero.

O médico lembra ainda que "... cerca de 30 % dos pacientes atendidos para tratamento de obesidade apresentam alterações do padrão alimentar, das quais a mais comum é a compulsão alimentar".

A avaliação do padrão alimentar e a identificação destes pacientes são obrigatórias quando se inicia programa o tratamento de um paciente obeso. Casos selecionados podem necessitar de acompanhamento médico e de tratamento com medicamentos específicos e dieta de baixa caloria e modificação de hábitos.

Cuidados

Já que o objetivo do tratamento é a manutenção do peso a longo prazo, o especialista em suporte nutricional do Hospital Semper, de Belo Horizonte, reforça que a dieta ideal deveria ser nutricionalmente bem balanceada, respeitando dentro do possível as preferências individuais, corrigindo vícios, contemplando a variedade e evitando a monotonia alimentar.

Outras alternativas dietéticas podem ser utilizadas de preferência por curto prazo, durante uma fase do tratamento como parte do programa de educação ou em situações especiais.

O médico lembra também que o sedentarismo é uma das principais causas para o aparecimento e a manutenção de alguns tipos de obesidade.

A atividade física está relacionada a vários efeitos benéficos como o aumento do gasto energético, melhor condicionamento físico, diminuição da pressão sangüínea, diminuição da sensação de fome, mobilização de gordura abdomino-visceral, da produção de insulina, e diminuição do LDL colesterol e dos triglicérides, e o aumento do HDLcolesterol.

Um programa de exercício físico para o obeso deverá ter supervisão médica, por causa da grande freqüência de outras doenças. O início deve ser lento, com um aumento gradual da duração e da intensidade. O objetivo deve ser um exercício de pelo menos 30 minutos diários com uma freqüência de pelo menos três vezes por semana.

Boas opções de exercício são atividades aeróbicas: caminhadas, natação, ciclismo, corrida ou dança. Qualquer atividade física extra será bem-vinda. Andar menos de carro ou estacionar mais longe do serviço, subir escadas ao invés de elevadores, podem ser boas sugestões.

Finalizando, o médico lembra que a obesidade já é atualmente um grave problema de saúde pública sendo mais freqüente e mais grave que a desnutrição. Sua prevalência vem crescendo acentuadamente nas últimas décadas, inclusive nos países em desenvolvimento.

Copyright © Bibliomed - Revisado em de outubro de 11 de outubro de 2013