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Insatisfação com a imagem corporal é comum entre adolescentes

20 de julho de 2012 (Bibliomed). Uma pesquisa feita em Belo Horizonte mostra que muitos dos adolescentes da cidade estão insatisfeitos com seus corpos. Apesar de meninos e meninas serem afetados pelo problema, os padrões são diferentes para os gêneros. As meninas mais insatisfeitas são aquelas com menor nível socioeconômico, sendo que acontece o contrário com os meninos.

Os resultados foram encontrados pela fonoaudióloga Marcela Guimarães Côrtes, em sua tese de mestrado. Ela analisou dados do estudo “Saúde em Beagá”, feito entre os anos de 2008 e 2009 pelo Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte. Dentre os jovens participantes, 55% estavam muito insatisfeitos com sua imagem corporal e 25% mostravam insatisfação leve.

Marcela acredita que a diferença de visão corporal própria entre meninos e meninas pode ser diferente porque a preocupação dos homens com a imagem se tornou importante recentemente. “Pode ser um processo semelhante ao que ocorreu com as meninas. A princípio, a insatisfação era maior naquelas com melhor nível socioeconômico, e com o tempo passou a ser comum em todos os níveis. Outra questão importante é o aumento do excesso de peso entre adolescentes, que atingiu 20,9% nesse mesmo estudo, ocorrendo também nos níveis socioeconômicos menos favorecidos”, explica a pesquisadora.

Ela acredita também que o fator econômico pode ser uma grande razão para que essa inversão tenha acontecido. “As adolescentes com mais recursos têm mais opções para lidar com a insatisfação, com maiores oportunidades para a prática de atividade física e esportes, além de acesso a serviços de saúde de qualidade. Quando a condição financeira é menor, as alternativas diminuem e a pessoa é forçada a conviver com essa realidade”, diz Marcela.

Os dados encontrados foram apresentados na defesa de dissertação de Marcela no programa de pós-graduação em Saúde e Adolescente da Faculdade de Medicina da UFMG.

Fonte: Saúde Informa, nº21 – Ano III – julho de 2012

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