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Apneia do sono aumenta em duas vezes os riscos de acidentes de trânsito, alerta especialista

30 de outubro de 2009 (Bibliomed). Estudos mostram que a chance para acidentes automobilísticos é duas vezes maior com motoristas que sofrem de apneia obstrutiva do sono. Distúrbio respiratório que acomete de 2% a 4% da população saudável, a apneia provoca sonolência durante o dia, alteração de memória e comprometimento do sistema cardiovascular, com o possível desenvolvimento de hipertensão arterial. "Como a pessoa dorme muito mal, acordando diversas vezes ao longo da noite para poder respirar, sente muito cansaço no dia seguinte e o grande risco é acabar cochilando no volante", alerta a pneumologista Marília Cabral, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Para tratar, o paciente precisa perder peso e resolver a obstrução nasal ou, nos quadros moderados e graves, usar, durante o sono, uma máscara nasal conectada a um compressor de ar, que gera pressão para abrir a via aérea. "Apesar dos riscos em seguir com o distúrbio e da certeza dos benefícios do tratamento, a não adesão oscila entre 30% e 80% das pessoas que diagnosticam o problema. Muitos acham incômodo ter de usar o equipamento para dormir. Além disso, o custo de cerca de R$ 1000 torna o dispositivo inviável para a maioria, já que não é coberto pelo SUS", afirma a especialista.

Legislação para os motoristas

Desde fevereiro de 2008, o motorista que renovar, adicionar ou mudar sua carteira de habilitação para as categorias C (caminhões pequenos), D (vans e peruas) e E (ônibus e caminhões de grande porte) tem de passar por uma avaliação que identifica os motoristas com maior risco para a apneia. Porém a regra exclui as outras categorias de condutores, também suscetíveis à doença.

"A relação de acidentes automobilísticos ocorre não apenas com a apneia obstrutiva do sono, mas também com outros distúrbios do sono, como insônia e narcolepsia, os quais podem provocar fadiga ou sonolência incapacitante e, assim, provocar acidentes", afirma a médica.

A avaliação médica envolve pesquisa dos sintomas específicos, como ronco constante, engasgos e sonolência diurna, e busca por evidências físicas como obesidade, hipertensão, pescoço largo, entre outros. Se for identificado um risco alto para a doença, é feito um encaminhamento para a avaliação médica específica e a polissonografia – exame que registra as atividades cerebrais e respiratórias durante o sono.

Fonte: Acontece Comunicação e Notícias. 29 de outubro de 2009.

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