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Pais Recorrem de Decisão Judicial de Matar Gêmea Siamesa

LONDRES (Reuters) - Um casal do leste europeu, cujas filhas gêmeas siamesas receberam sentença de separação contra sua vontade, vão apelar contra a controvertida decisão do tribunal britânico, informaram advogados na quarta-feira.

Os pais das gêmeas que nasceram na Inglaterra três semanas atrás vão lançar sua apelação, na segunda-feira, contra a operação que pode significar a morte para um dos bebês.

"Uma apelação foi levada hoje ao Tribunal de Apelações por advogados agindo em nome dos pais das gêmeas. O assunto será analisado pelo Tribunal Real de Justiça na segunda-feira", disse a mais alta instância do Judiciário.

Os cirurgiões não vão realizar a operação enquanto a situação legal não estiver esclarecida.

Um juiz do Supremo Tribunal julgou na sexta-feira que uma das meninas deveria morrer para que sua irmã gêmea pudesse sobreviver e ter a chance de levar uma vida saudável.

A sentença do juiz Robert Johnson foi contrária ao desejo dos pais das crianças, que não foram identificados mas são do leste europeu. "Não podemos aceitar ou imaginar que uma das nossas filhas deve morrer para permitir que a outra viva. Isto não é a vontade de Deus", disseram depois da decisão judicial de sexta-feira.

As gêmeas, identificadas como Jodie e Mary, para esconder sua verdadeira identidade, nasceram no Hospital St. Mary em Manchester em 8 de agosto e estão ligadas pela parte inferior do abdômen. A expectativa é que, a menos que sejam separadas, as duas meninas morram dentro de seis meses. Se forem separadas, Jodie terá uma chance de sobreviver e ter uma vida normal. Para sua irmã, a separação significa a morte.

Na sua sentença, Johnson disse que os pais amam as duas crianças igualmente e não poderiam optar pela vida de uma se isto significasse a morte da outra.

A mãe veio à Inglaterra para ter os bebês quando soube que eram gêmeas siamesas e que não havia possibilidades de realizar o parto no seu próprio país.

No início da semana, a imprensa britânica informou que um cardeal italiano ofereceu um "porto seguro" para a família -- um apartamento em hospital com tratamento médico - para evitar a operação de vida ou morte.

Sinopse preparada por Reuters Health

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