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Proteína da "Imortalidade" Pode Ter Uso em Vacina Anticâncer

Por Maggie Fox

WASHINGTON (Reuters) - Uma enzima que as células cancerosas usam para se manter "imortais" pode ser o alvo para uma vacina universal contra o câncer, afirmaram pesquisadores na terça-feira.

Segundo pesquisadores da Universidade Duke, na Carolina do Norte, e da empresa Geron, experimentos em ratos sugerem que uma vacina baseada na enzima telomerase pode funcionar contra uma variedade de tipos de câncer.

"A questão proposta pelo estudo é se a vacina baseada na telomerase pode estimular uma resposta imunológica em pacientes com câncer e se estas células podem atacar e matar células do tumor do paciente", disse Eli Gilboa, diretor do Centro para Terapias Genéticas e Celulares na Universidade Duke.

"Os resultados deste estudo são a primeira indicação de que uma vacina contra o câncer mais amplamente aplicável pode ser possível", acrescentou Gilboa.

As descobertas, relatadas na publicação Nature Medicine, ainda estão muito longe de ajudar pacientes humanos com câncer.

De acordo com os pesquisadores, uma coisa é afetar o câncer em ratos e outra bem diferente é tratar a doença em pessoas. Mesmo assim, os pesquisadores disseram estar intrigados e que já começaram a testar sua "vacina" em células humanas.

O câncer é causado por defeitos no DNA, o material genético. Nas extremidades de todos os cromossomos, que carregam o DNA, existem pequenas porções chamadas telômeros. Cada vez que uma célula se divide, estes telômeros ficam um pouco desgastados. Quando eles estão muito gastos, a célula morre. Mas quando células se tornam cancerosas, elas produzem uma enzima conhecida como telomerase.

Essa enzima pode renovar os telômeros e deixar que as células se reproduzam de forma desordenada, normalmente, formando um tumor.

Gilboa e sua equipe descobriram que a parte ativa da telomerase pode estimular o desenvolvimento de células imunológicas que podem matar diversos tipos diferentes de câncer em ratos e seres humanos.

A vacina de Gilboa e sua equipe, baseada na telomerase, estimulou uma resposta imunológica que retardou o crescimento do tumor de melanoma e cânceres de mama e bexiga implantados em ratos. De acordo com os pesquisadores, a vacina também funcionou em células humanas em laboratório. As células produziram respostas imunológicas que mataram uma variedade de células cancerosas de pacientes em laboratório.

Muitos pesquisadores vêm estudando vacinas contra o câncer. Entretanto, existem diferentes tipos de câncer e, normalmente, as células têm suas proteínas de superfície específicas sob as quais a vacina atua. Estas proteínas são conhecidas como antígenos específicos do tumor.

"O pensamento corrente tem sido de que como todo câncer é diferente -- melanoma, câncer de mama, etc. -- cada câncer tem seu próprio grupo de antígenos específicos que deve ser usado em uma vacina", afirmou Gilboa. "Estamos procurando um antígeno universal -- um antígeno para tentar tratar todo paciente com câncer", acrescentou Gilboa. Ele acredita que a telomerase pode ser a saída.

Sinopse preparada por Reuters Health

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