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Alimentos dietéticos podem piorar obesidade infantil

12 de setembro de 2007 (Bibliomed). A obesidade infantil é hoje considerada como uma epidemia. Nos Estados Unidos, uma grande parcela da população da faixa pediátrica encontra-se em níveis muitas vezes considerados mórbidos, o que traz como conseqüências o surgimento de doenças, antes vistas apenas entre indivíduos adultos, como a hipertensão, o diabetes, e a dislipidemia (uma alteração nos níveis de colesterol e triglicérides).

A alimentação inadequada, extremamente calórica, e a falta de atividade física são consideradas como as principais causas dessa situação alarmante. Esse fato tem provocado um aumento do consumo de alimentos dietéticos por crianças e jovens, cada vez mais precocemente. Entretanto, poucos são os estudos sobre os impactos desse tipo de alimento nessa faixa etária.

Entre as pesquisas já publicadas, encontra-se uma lançada pela revista Obesity, em agosto deste ano e realizada por pesquisadores do Alberta Institute of Human Nutrition, da Universidade de Alberta, Canadá. Segundo esses cientistas, estudos promovidos em camundongos (e não em crianças), demonstram que o consumo de alimentos dietéticos, em idades precoces, pode provocar o desenvolvimento de obesidade no futuro.

Essa hipótese foi levantada a partir da análise de ratos jovens, geneticamente predispostos à obesidade, e que foram alimentados com produtos de baixas calorias. Os investigadores acreditam que esse consumo precipitado pode promover uma alteração no organismo, em sua habilidade de reconhecer as calorias e de regular a quantidade de energia absorvida. Esses achados parecem explicar as suposições feitas entre o consumo de refrigerantes dietéticos e o aumento da obesidade infantil. O mesmo não foi visto em ratos adultos.

Apesar do estudo ter sido realizado em animais, para W. David Pierce a extrapolação para crianças é um fato a ser considerado. Segundo esse cientista, um dos co-autores da pesquisa, as dietas pobres em calorias são um substituto insatisfatório no fornecimento de energia para o crescimento e desenvolvimento das crianças.

A solução para a epidemia da obesidade talvez seja bem simples, como evitar alimentos calóricos, praticar exercícios diários, limitar o tempo do computador e da televisão, restaurar o costume do comer em família. Seria "uma solução simples de compreender, mas difícil de se aplicar".

Fonte: Obesity, August 2007; vol 15: pp 1969-1979

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