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Médicos dos EUA Deixam de Aconselhar Paciente a Perder Peso

Por Alan Mozes

NOVA YORK (Reuters Health) - Muitos médicos nos Estados Unidos não falam sobre controle de peso durante os check-ups de rotina, a menos que os pacientes estejam obesos e tenham problemas relacionados à gordura.

Os pacientes que estão um pouco acima do peso e com risco de desenvolver problemas no futuro parecem sentir falta de conselhos de seus médicos sobre o problema, sugerem as conclusões do estudo publicado na edição de 14 a 28 de agosto do Archives of Internal Medicine.

"Há muito o que melhorar", disse Christopher N. Sciamanna, autor do estudo e professor assistente na Escola de Medicina da Brown University, em Providence, Rhode Island.

Os pesquisadores observaram dados do levantamento sobre obesidade coletados em 1996 por departamentos de saúde de 10 Estados e pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças do país).

Foram considerados obesos aqueles com índice de massa corpórea acima de 30 e os que estavam com índice entre 25 e 30 foram registrados como acima do peso. O Índice de Massa Corporal é a medida da gordura do corpo calculada usando peso e altura.

Menos de 15 por cento dos pacientes foram aconselhados pelos médicos a perder peso. Entretanto, pacientes com índice entre 25 e 27 foram aconselhados a emagrecer menos de 10 por cento das vezes e aqueles com índice entre 27 e 30 foram aconselhados menos de 20 por cento das vezes.

Esse número cresceu para mais de 40 por cento entre pessoas com índice de massa corpórea acima de 30.

Os pacientes com preocupações de saúde relacionadas ao peso, como colesterol elevado e pressão arterial alta, foram duas vezes mais suscetíveis a receber conselhos para perder peso que aqueles sem essas condições.

Os autores apontaram que o impacto de ser alertado para emagrecer foi muito maior naqueles com índices pouco acima do peso do que entre os que apresentaram índices em níveis de obesidade. Quase 78 por cento dos portadores de índice de massa corpórea entre 25 a 27 tentaram reduzir o peso depois de serem avisados enquanto apenas 33 por cento tentou sem o alerta.

Em entrevista à Reuters Health, Sciamanna disse que o estudo indicou que os médicos estão perdendo a oportunidade de ajudar os pacientes a equilibrar o peso antes que fique fora de controle e cause problemas de saúde graves.

"Os médicos não estão aconselhando os pacientes o suficiente para prevenção e foi evidente que os casos de graus menores de obesidade foram muito menos propensos a procurar conselho do médico para emagrecer que os graus mais significativos de obesidade", ele disse.

O problema pode se originar de uma lacuna no treinamento dos profissionais em relação ao aconselhamento individual de pacientes e uma cultura médica que enfoca mais testes rápidos e intervenção de alta tecnologia que conversar e aconselhar.

"Em muitos casos, os pacientes vêm apenas para exames e procedimentos. Coisas simples como discutir comportamentos de saúde foram substituídos por exames de investigação. A maioria dos médicos relata que não se sente confortável para aconselhar os pacientes. Se não se sente confiante e confortável será menos provável que façam", disse Sciamanna.

Sinopse preparada por Reuters Health

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