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Governo Britânico Deve Apoiar "clonagem terapêutica"

Por Bill Rosato

LONDRES (Reuters) - O debate sobre o que é certo e errado em relação à clonagem deve se intensificar na quarta-feira, quando o ministro da Saúde britânico, Liam Donaldson, divulgar um relatório sobre a ética da pesquisa em clonagem.

Em seu relatório, intitulado "Pesquisa com Células-Tronco: Progresso Médico com Responsabilidade", Donaldson deve afirmar seu apoio para a expansão da pesquisa de "clonagem terapêutica", opondo-se à "clonagem reprodutiva".

A clonagem terapêutica envolve retirar o material genético, criar um embrião fora dele e utilizar as células embrionárias para formar novos tecidos que podem ser idênticos aos tecidos do próprio paciente, o que afasta o risco de rejeição do tecido.

Já a clonagem reprodutiva busca criar indivíduos geneticamente idênticos da mesma forma que cientistas criaram a ovelha Dolly em 1997, por meio da manipulação de células adultas.

Segundo a Associação Médica Britânica (BMA), a oposição à clonagem reprodutiva é uma "resposta corajosa". "A BMA não apóia a clonagem reprodutiva, (mas) gostaria de acompanhar o debate racional sobre o assunto para garantir que as políticas públicas nesta esfera possam ser apoiadas pela força do argumento e não somente pela força da opinião", disse a BMA.

Com a clonagem terapêutica, a BMA garantiu que as técnicas têm o potencial de beneficiar um grande número de pessoas e fez um apelo pela continuação de pesquisas.

Esse tipo de clonagem, no entanto, vem sendo criticado pois, embora ela não contrarie as noções de individualidade e dignidade humanas, baseia-se na pesquisa com células-tronco embrionárias.

"O objetivo da clonagem embrionária é fornecer células-tronco para desenvolver a complicada tecnologia de programar estes 'blocos de construção' básicos em tecidos e órgãos para o tratamento de pessoas nascidas", disse a entidade filantrópica Life.

"Entretanto, a remoção destas células mata os seres humanos a partir dos quais elas foram retiradas. A clonagem terapêutica significa matança. Este é o neocanibalismo", afirmou a Life.

Entidades filantrópicas como a Life querem acompanhar mais trabalhos que demonstrem que células-tronco adultas, em vez das embrionárias, podem ser usadas para desenvolver tecidos e órgãos.

Em 1990, o Parlamento concordou que pesquisas com embriões poderiam ser permitidas até 14 dias após a fertilização para tratar infertilidade e para evitar incapacidade em crianças.

A BMA e outros grupos científicos querem ver a lista de propostas aceitáveis acrescida para incluir o desenvolvimento de tecido para transplantes e outros propósitos.

Sinopse preparada por Reuters Health

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