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Efeito depilatório da papaína é testado por pesquisador da USP

24 de Junho de 2003 (Bibliomed). Apesar da eficácia dos métodos depilatórios oferecidos no mercado, são comuns reações como irritação, inchaço e vermelhidão local. Diante disso, um pesquisador da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP resolveu analisar a eficácia depilatória da papaína – enzima extraída das folhas e frutos verdes do mamão (Carica papaya).

“Apesar de ter sido testada em camundongos, conseguimos comprovar o efeito depilatório da papaína, substância que já é utilizada com êxito em outras áreas”, afirmou o farmacêutico Eduardo Traversa, autor do estudo intitulado “Desenvolvimento de formulações cosméticas contendo papaína e avaliação da sua eficácia depilatória sobre o folículo piloso”, mestrado defendido recentemente.

O pesquisador estudou os efeitos sobre o pêlo e o folículo piloso decorrentes de aplicações das formulações gel e creme contendo papaína (0,8%) em dois grupos de dez camundongos machos Swiss. A aplicação foi feita diariamente durante um período de 30 dias. Um grama do produto foi aplicado em uma área de dois centímetros quadrados no dorso lateral inferior direito dos vinte animais.

O lado esquerdo (controle) não recebeu nenhum produto. No caso do creme, todos os camundongos apresentaram efeito depilatório visível no final do tratamento. Já a formulação de papaína em gel não se mostrou tão eficaz – apenas um camundongo apresentou a região tratada com menor densidade de pêlos. Ainda serão necessários testes para comprovar se o efeito depilatório da papaína será o mesmo em seres humanos.

O mercado cosmético disponibiliza inúmeras loções depilatórias à base de tioglicolatos, substâncias que agem na queratina do pêlo, dissolvendo-o. Elas são muito irritantes para a pele porque, além de interagir com a queratina do pêlo, também podem reagir com a queratina da pele, provocando dor e prurido. Além disso, estas loções apresentam um pH entre 11 e 12, muito alcalino e irritante.

Segundo o pesquisador, a formulação desenvolvida com a papaína seria mais seguras para os consumidores porque teriam pH em torno de 5,5, igual ao da pele humana. Na área farmacêutica, a papaína já é utilizada na remoção de tecido necrótico facilitando a cicatrização, na limpeza de resíduos de lentes de contato gelatinosas e ainda como promotora de absorção de outros fármacos. Na cosmetologia, é usada como esfoliante, promovendo o amaciamento da pele.

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