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USP desenvolve nova técnica para tratar cistos ósseos simples

14 de Fevereiro de 2003 (Bibliomed). O Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB/USP) desenvolveu um novo tratamento para cistos ósseos simples, no qual o paciente é submetido a um protocolo de controle clínico e radiográfico até que haja a cura da lesão, o que pode levar até sete anos. A principal vantagem do método é evitar a cirurgia desnecessária, que antes era a única opção de tratamento existente.

A única desvantagem, segundo Osny Ferreira Júnior, um dos coordenadores do trabalho, é a necessidade de colaboração do paciente em retornar para os controles periódicos. “O que fizemos foi comprovar por experiência prática e relatos da literatura que esse tipo de cisto é uma lesão autolimitante cuja reparação pode ocorrer espontaneamente, pois não é encontrado em pessoas com mais de 30 anos”, explicou o também coordenador José Humberto Damante.

Os cistos ósseos simples são caracterizados pelo aparecimento de uma cavidade patológica assintomática no interior dos ossos. Na região da cabeça e pescoço, afetam principalmente a mandíbula. A partir da descoberta casual de uma lesão com aspectos radiográficos compatíveis com cisto ósseo simples, o paciente é submetido a um exame clínico. É verificado se não existe expansão das corticais ósseas (camada externa de osso compacto) e se há integridade das mesmas, assim como dos dentes. Novas radiografias são tomadas após 20, 60 e 180 dias, sempre precedidas pelo exame clínico.

Havendo alteração do quadro – presença de dor, expansão óssea ou crescimento anormal da lesão radiograficamente – o paciente é submetido a uma exploração cirúrgica, voltando ao protocolo clássico de tratamento. Quando o quadro permanece inalterado após 180 dias fica confirmado o diagnóstico clínico e radiográfico de cisto ósseo simples e os controles passam a ser anuais até que a remodelação óssea aconteça. O professor Damante garante que o método assegura a possibilidade de uma intervenção cirúrgica exploratória para biópsia a qualquer tempo.

Os pesquisadores da FOB acompanham há oito anos dez pacientes com diagnóstico de cisto ósseo simples. “Aplicando recursos de radiografia digital às imagens radiográficas das lesões pudemos classificá-las e acompanhar sua evolução, estabilização ou regressão", disse Ferreira Júnior. Seis casos estão regredindo, um desapareceu totalmente, outro permanece inalterado e dois aumentaram.

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