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Mulheres engravidam mesmo tomando anticoncepcional

28 de Outubro de 2002 (Bibliomed). Para evitar que dezenas de crianças nasçam sem o planejamento dos pais, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu o uso e a comercialização do lote A33720 do anticoncepcional injetável Tricilon, fabricado pelo laboratório Akzo Nobel Ltda Divisão Organon. A medida foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 24, com base no laudo do Instituto Adolfo Lutz (SP), que constatou problemas no aspecto do medicamento. O teste com o anticoncepcional indicou que uma de suas substâncias coagulava e, por isso, as mulheres poderiam receber uma quantidade menor e com menos efeito do contraceptivo.

Em Campinas, três mulheres que utilizaram o produto estão grávidas. A cidade paulista recebeu 10,5 mil unidades das 55 mil ampolas produzidas. O medicamento foi distribuído pela rede municipal de saúde. A Anvisa já solicitou à empresa o mapa de distribuição desse lote do anticoncepcional em todo o país e determinou análise de outras unidades do produto em laboratórios oficiais. Em comunicado oficial, a Organon disse estar tomando as medidas necessárias para investigar o caso, e solicitou à Coordenadoria de Saúde da Região Sudoeste/Campinas uma contraprova das análises do produto, prevista em lei.

A recomendação da Anvisa é para que as mulheres que receberam a injeção do lote especificado procurem orientação médica para a substituição do método contraceptivo. O laboratório foi intimado a providenciar o recolhimento do produto imediatamente. As vigilâncias sanitárias municipais e estaduais serão responsáveis pela fiscalização do cumprimento da medida. Se houver descumprimento da resolução a empresa será notificada e poderá receber multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. O Tricilon é um anticoncepcional injetável trimestral e pode ser usado durante a amamentação e por mulheres com problemas ligados à hipertensão arterial, cardiopatias, diabetes e lúpus.