Notícias de saúde

Estudo prolonga efeitos de anestésicos

10 de Outubro de 2002 (Bibliomed). Diminuir os efeitos colaterais e aumentar o tempo de duração de anestésicos. Esses eram os objetivos da farmacêutica Luciana Alves Pinto, que defendeu recentemente a tese de doutorado “Formulações anestésicas locais de longa duração”, no Instituto de Biologia da Unicamp, em São Paulo. “A tese mostrou que as novas formulações garantirão menor risco ao paciente e maior biodisponibilidade das drogas existentes, provando que veículos com características diferentes podem ser melhores, a depender da droga adotada. É, portanto, desbravadora, porque teve que buscar os métodos de preparação aceitáveis na literatura”, explicou.

No estudo, a pesquisadora adaptou as fórmulas dos anestésicos bupivacaína (mais utilizado em anestesias peridurais), benzocaína (para uso tópico) e lidocaína (usado na odontologia). Para isso, ela empregou lipossomas - cápsulas aplicadas predominantemente na área cosmética e médica - e ciclodextrinas - responsáveis pelo aumento da solubilidade aquosa das moléculas. Os lipossomas foram escolhidos porque representam a mais avançada tecnologia em transporte de substâncias. Já as ciclodextrinas, que são bem freqüentes em nanotecnologia e na indústria alimentícia, porque dissolvem produtos pouco solúveis em água.

A experiência inédita apresentou resultados promissores. Testes de caracterização físico-química apontaram que, tecnologicamente, as fórmulas adaptadas foram preparadas com sucesso, tendo potencial para serem testados também in vivo. Em todas as formulações, a toxicidade in vitro diminuiu em relação às originais. Testes de potência com a fórmula adaptada da bupivacaína e da lidocaína se mostraram favoráveis em animais, com tempo de anestesia mais longo do que as drogas que está no mercado. A benzocaína tem baixa solubilidade, o que impedia seu uso por via infiltrativa. Mas, a fórmula adaptada poderá ser injetada, como outros anestésicos comerciais. “Os experimentos abriram caminho para testar outros anestésicos em uso e examinar veículos que chegassem a uma formulação que aumentasse a potência e não a toxicidade”, disse.

Copyright © 2002 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários