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Uso indiscriminado de colírios pode levar ao glaucoma e à catarata precoce

29 de junho de 2010 (Bibliomed). O hábito de pingar colírios nos olhos sem recomendação médica ou além da dose indicada pelo especialista representa sérios riscos à saúde ocular. Os danos causados variam de acordo com o colírio utilizado, e vão desde vermelhidão sem cura ao desenvolvimento de glaucoma ou catarata precoce, segundo especialistas do Hospital Oftalmológico de Brasília. "O colírio, como qualquer outro medicamento, deve ser utilizado seguindo as determinações de um médico. O uso inapropriado da medicação pode lesionar o olho, causando problemas sérios e comprometendo a visão", explica a oftalmologista Hanna Flávia Gomes, especialista em glaucoma.

De acordo com os especialistas, os tipos de colírio variam de acordo com a finalidade. Existem os antibióticos, os anti-inflamatórios com hormônio (corticoides) e sem hormônio, as lágrimas artificiais, os colírios vasoconstritores, os antiglaucomatosos e os anestésicos. E cada um desses, com sua finalidade específica, deve ser utilizado de acordo com a recomendação médica.

Além do uso estrito dos colírios de acordo com a recomendação médica, descrito como cuidado essencial pelos especialistas, hábitos de higiene no manuseio do colírio são fundamentais. "O colírio é de uso pessoal e exclusivo de um paciente. Não se deve emprestar ou indicar uma medicação para outra pessoa. Isso seria perigoso. O fato gerador da vermelhidão ocular em um pode ser diferente do que causa no outro. É necessário evitar o contato direto entre o recipiente do colírio e a superfície ocular, a medicação pode ser contaminada. Por fim, após o tratamento, o paciente deve desprezar a sobra do medicamento", aconselha Hanna Gomes.

Tipos de colírios e seus riscos

Os colírios antibióticos são indicados quando é detectada, pelo médico, uma ação bacteriana no olho, e devem ter sua aplicação cuidadosamente administrada. Hanna Gomes alerta que "o uso prolongado de colírios antibióticos pode fortalecer as bactérias que atacam o olho, tornando-as mais resistentes e imunes ao tratamento. Em longo prazo, assim como no colírio anestésico, o uso indiscriminado pode perfurar a córnea".

O globo ocular é repleto de vasos sanguíneos que, quando dilatados, dão ao olho o aspecto vermelho. Na tentativa de sanar essa vermelhidão e deixar o olho branco, o paciente pinga o colírio vasoconstritor indiscriminadamente, sujeitando-se ao chamado efeito rebote. De acordo com a oftalmologista Maria Lúcia Rios, "os vasos sanguíneos são elásticos, possuem a propriedade de contraírem-se e expandirem-se de acordo com a necessidade; quando o paciente usa o colírio vasoconstritor, eles se contraem, sem consequência, circula menos sangue no globo ocular e os olhos ficam brancos; no entanto, o uso excessivo faz com que os vasos necessitem de doses cada vez maiores de medicação para atingirem o aspecto branco", até que os vasos perdem a elasticidade, e a vermelhidão torna-se irreversível.

Dentre os anti-inflamatórios mais utilizados em situações alérgicas, está o esteroide corticoide. Esse tipo de colírio é o que requer mais cuidado, segundo Hanna Gomes, que conta que muitos pacientes pingam o colírio depois do prazo estipulado pelo médico na tentativa de aliviar os sintomas de coceira, o que pode ser perigoso. "O corticoide deve ser usado estritamente sob recomendação médica. O paciente não pode pingar uma gota sequer além do indicado pelo especialista. O uso indiscriminado dessa medicação pode levar à opacidade do cristalino, causando a catarata, e ao aumento da pressão intraocular, favorecendo o desencadeamento do glaucoma", adverte.

A especialista em glaucoma explica, ainda, que os pacientes portadores de glaucoma figuram entre os indivíduos que mais utilizam colírios diariamente para o controle da doença e, por isso, também devem ficar atentos à utilização correta do medicamento. "O paciente não pode pingar os colírios em quantidade maior do que a indicada pelo médico. Se isso ocorrer, o remédio deixa de fazer o efeito desejado e passa a estimular o aumento da pressão intraocular, revertendo o resultado e piorando o quadro de glaucoma", assinala.

Muito utilizada por pessoas que moram em locais de clima seco, que se expõem a ambientes com ar-condicionado ou que trabalham por muito tempo na frente de computadores, as lágrimas artificiais também precisam de cuidados na aplicação. O paciente pode usar a lágrima artificial ao longo de toda a vida, pois o produto em si não faz mal. Entretanto, segundo Maria Lúcia, não deve haver exagero na aplicação. "Usar mais de seis vezes por dia pode causar intoxicação nos olhos por conta do conservante utilizado na fórmula das lágrimas", explica.

Fonte: ATF Comunicação Empresarial. Press release. 17 de junho de 2010.

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