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Males decorrentes do colesterol alto podem começar ainda na infância

28 de Agosto de 2002 (Bibliomed). Os males que levam a problemas cardiovasculares, como hipertensão, infarto e acidentes vasculares cerebrais, começam ainda na infância. As estrias gordurosas nas paredes dos vasos das artérias começam a se formar a partir dos três anos de idade. Se não houver um tratamento adequado, começa a formação de placas fibrosas ainda na adolescência e, com o passar do tempo, na fase adulta, podem aparecer placas de ateroma depositadas nas paredes internas dos vasos.

O alerta é de Ivoneti Barros Nunes de Oliveira, professora de fisiologia da Universidade Filadélfia de Londrina (PR), que trabalhou durante dois anos com um grupo de 526 crianças, com idades entre 7 e 14 anos, das quais 202 anêmicas e 324 não-anêmicas. As investigações revelaram que 33,5% dessas crianças apresentaram alterações com relação ao LDL (colesterol ruim) acima dos valores desejáveis, e lipoproteína de alta densidade (HDL), considerada o colesterol bom, abaixo dos valores de referências tidas normais. A pesquisa mostrou, ainda, que o risco de comprometimento da artéria aorta pode ocorrer já aos três anos de idade, e das coronárias entre 10 e 14 anos.

A pesquisadora diz que há estudos apontando que aproximadamente 8% das crianças nessa faixa etária já apresentam lesões cardiovasculares. A investigação de Ivoneti, por sua vez, indicou prevalência de hipercolesterolemia (aumento do colesterol no sangue) em 16% das meninas e 17,5% nos meninos, ambos os grupos constituídos por anêmicos. Nesses casos, a situação torna-se ainda mais preocupante quando há indivíduos na família com história de hipertensão ou problemas cardiovasculares.

O problema começa com uma alimentação errada - rica em gordura e pobre em frutas, legumes e verduras - e é agravado com a falta de exercícios. "O organismo de uma criança que não pratica exercícios físicos tende a reduzir a produção do HDL (colesterol bom) aumentando o LDL (colesterol ruim). A função do HDL é evitar a deposição do LDL nas paredes dos vasos sangüíneos e também retirar o excesso dos tecidos extra-hepáticos para ser metabolizado no fígado", explicou a pesquisadora, em sua dissertação de mestrado "Estudo da colesterolemia em crianças e adolescentes anêmicos de baixa renda institucionalizados – Londrina, PR", apresentada recentemente junto à Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp (SP). Segundo a pesquisadora, uma dieta rica em nutrientes antioxidantes (vitaminas E, C, A e ácido ascórbico) evita a oxidação do LDL prevenindo formação de placas de ateroma, aterosclerose e conseqüentes doenças cardiovasculares.

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