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Sementes geneticamente modificadas produzem hormônio do crescimento humano

06 de Agosto de 2002 (Bibliomed). Dentro de aproximadamente um ano, o hormônio do crescimento humano obtido a partir de sementes de milho geneticamente modificadas estará sendo produzido em escala industrial. A estimativa é do professor Adilson Leite, do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG) da Unicamp, que coordenou a pesquisa que irá transformar o cereal numa biofábrica de interesse farmacêutico. Ainda não há previsão de quando esse hormônio será usado comercialmente, uma vez que as conversações com a iniciativa privada estão em andamento. No mercado, o hormônio custa cerca de US$ 20 milhões o quilo.

As vantagens de se obter o hormônio do crescimento a partir de plantas são inúmeras, segundo os pesquisadores. Leite explicou que, inicialmente, a proteína era retirada diretamente da hipófise de cadáveres, o que abria a possibilidade de contaminações. Depois a substância passou a ser produzida em bactérias, que, mesmo não sendo patogênicas, têm que ser bem purificadas, pois contêm proteínas que podem causar reações como febre e alergia. As proteínas originárias das plantas são muito mais seguras. Não há indicação de que elas causem alguma doença ao homem. Além disso, fica muito mais barato produzir uma planta do que um animal transgênico.

O pesquisador ressaltou que o milho que leva o gene humano para poder produzir o hormônio do crescimento não deve ser encarado como um alimento geneticamente modificado, mas sim como um insumo para a indústria farmacêutica. Leite destacou, ainda, que a produção desse tipo de cereal deve ser cercada de cuidados, inclusive para evitar que um pólen contamine uma área próxima. O pesquisador estima que seria necessário um terreno equivalente a meio campo de futebol para produzir uma tonelada desse milho especial, quantidade suficiente para obter 250 gramas do hormônio. A mesma técnica empregada na produção do hormônio do crescimento está sendo usada para a produção de pró-insulina humana, o que representa um primeiro passo para a obtenção da insulina.

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