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Assinado protocolo latino-americano de consenso de tratamento da doença hemorroidal em congresso nacional

Belo Horizonte, 22 de Fevereiro de 2002 (Bibliomed). Uma técnica para o tratamento da doença hemorroidal, introduzida há cerca de um ano no Brasil, foi considerada segura e conquistou consenso médico assinado em Protocolo Latino-Americano durante o Congresso Brasileiro de Colo-Proctologia, que reuniu especialistas do Chile, Argentina, México, Venezuela e Brasil.

Menos invasivo, mais rápido e com significativo grau de eficácia para a cura de hemorróidas internas, o método consiste no uso de um grampeador circular que faz suturas mecânicas com grampos de titânio e dispensa a realização de cortes, que na cirurgia tradicional são necessários.

A utilização do grampeador no uso de intervenções para tratamento da doença hemorroidal foi idealizada pelo médico italiano Antonio Longo, em 1993, que adaptou o instrumento usado em outros tratamentos para este fim. Em 2000, foi lançado o grampeador circular apropriado, desenvolvido especificamente para a cirurgia hemorroidal.

Algumas vantagens são apresentadas por proctologistas que defendem a técnica - o tempo de cirurgia é mais curto; o período de internação hospitalar é reduzido; a recuperação pós-operatória é mais rápida e menos dolorosa; as complicações no pós-operatório são pouco freqüentes, apesar de existirem em alguns casos, o resultado estético é melhor se comparado à cirurgia convencional. A técnica tem indicação específica para hemorróidas internas, é contra-indicada para as do tipo externo.

Os resultados positivos das 36 primeiras cirurgias realizadas com uso do grampeador por equipes do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, foram apresentados no Congresso Brasileiro. No que diz respeito à redução da intensidade da dor no pós-cirúrgico, verificou-se uma queda de uso de analgésico em torno de 60% com a implementação da técnica. Todos os pacientes tiveram alta com menos de 24 horas de internação.

As varizes hemorroidárias são uma alteração dos vasos sangüíneos da região do ânus que perdem a elasticidade, aumentando de tamanho. Pode levar a sangramento durante a evacuação. O paciente apresenta dor e sensação de peso no ânus. A gravidez favorece o aparecimento da doença em pacientes com tendência. As causas podem estar relacionadas à constituição física, à fraqueza dos vasos sangüíneos nessa região, ou mesmo ser conseqüência de constipação intestinal (intestino preso).

Tem caráter hereditário. O tratamento definitivo buscando a cura é cirúrgico. As demais alternativas - pomadas, supositórios, antiinflamatórios - são consideradas formas paliativas, que aliviam os sintomas mas não curam a doença. A cirurgia convencional é feita a partir do corte e da remoção dos vasos sangüíneos alterados, seguido de sutura.

A técnica é muito dolorosa. Há outros tratamentos paliativos, tais como ligadura elástica, criocirurgia, infravermelho, cuja taxa de reincidência é alta. Não existem estatísticas de incidência de casos de doença hemorroidária no Brasil, mas sabe-se que nos Estados Unidos cerca de 5% da população procura tratamento médico e que 50% dos americanos com mais de 50 anos de idade são portadores da doença.

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