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Brasil quer eliminar hanseníase até 2005

Belo Horizonte, 14 de Fevereiro de 2002 (Bibliomed). Até 2005, diversos países em todo o mundo têm como meta à eliminação da hanseníase como problema de saúde pública. No fim do mês passado, a doença foi tema de debates em um fórum que reuniu 12 países – Índia, Guiné, Madagascar, Nepal, Angola, Congo, República Centro Africana, Indonésia, Moçambique, Myanmar, Nigéria e Brasil – onde a hanseníase ainda é um problema significativo e que desafia as autoridades.

A hanseníase, que já foi conhecida popularmente como lepra, é uma doença infecciosa, de evolução crônica, causada pela ação do bacilo Mycobacterium leprae. A doença é transmitida pela respiração, sobretudo quando o contato com o doente é íntimo e prolongado. Uma das características da doença é que ela não é transmitida pelas pessoas que têm o bacilo mas que estão se submetendo a tratamentos médicos. Seu principal sintoma é o aparecimento de manchas na pele. Sem acompanhamento médico, a doença pode levar à deformidade nas mãos, pés e olhos. O tratamento, desde que seguido adequadamente, tem tempo variado e garante a cura.

No Brasil, está sendo executado um programa de eliminação da doença. Como parte das atividades, o País vai promover uma grande movimentação nacional em estados e municípios na semana de 18 a 24 de março. Em agosto, o Brasil será a sede do 16º Congresso Mundial de Hanseníase, evento realizado a cada cinco anos.

No fórum foram discutidas as ações desenvolvidas por cada um dos 12 países. As autoridades reunidas avaliaram estratégias para a aceleração da eliminação da doença no mundo. O programa brasileiro, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foi apresentado durante o evento. As ações no País foram descentralizadas e estão sendo executadas na esfera da atenção básica, pelo Programa de Saúde da Família (PSF).

Em novembro do ano passado, o governo brasileiro criou o Plano Nacional de Mobilização e Intensificação das Ações para a Eliminação da Hanseníase e Controle da Tuberculose. Os investimentos previstos pelo Plano, apenas este ano, são de R$ 48 milhões. Parte do dinheiro será repassado diretamente para as ações de estados e municípios.

Para acabar com os casos da doença até 2005, segundo determina o acordo internacional, o Brasil precisa atingir a taxa de prevalência de menos de um doente para cada dez mil habitantes. A meta já foi alcançada por estados como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Norte. Em 2002, o mesmo deve ocorrer no Paraná, São Paulo e Distrito Federal. Ao longo dos anos, o Brasil tem conseguido alguns resultados positivos em suas ações. De 1990 para 1997, os casos brasileiros da doença passaram de 280 mil/ano para 87 mil/ano. Em 2000, foram registrados 77 mil casos. O País também conseguiu reduzir a taxa de abandono do tratamento.

Em 1990, 25% dos pacientes desistiam de tomar a medicação antes da cura. Em 1997, apenas 17% abandonaram o tratamento. Em 2000, a taxa foi de 12%. O programa brasileiro também conseguiu reduzir as incapacidades físicas identificadas no momento do diagnóstico e treinar 110 mil profissionais técnicos.

Este mês, o Ministério da Saúde promete descentralizar de forma mais significativa suas ações, capacitar mais técnicos e promover ações educativas com a sociedade.

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