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Hanseníase integra enredo de telenovela

14 de Junho de 2002 (Bibliomed). Depois de dar destaque aos problemas enfrentados pela população brasileira com a dengue, a novela O Clone da Rede Globo vai mostrar aos telespectadores o que é a hanseníase. As mensagens sobre a doença serão repassadas, principalmente, pela atriz Solange Couto que encena a personagem “Dona Jura”. O Brasil é segundo país em número de casos de hanseníase no mundo.

Apenas a Índia contabiliza mais doentes com hanseníase. A divulgação da doença foi garantida por uma parceria entre o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) com a emissora, sendo bastante comemorada.

“Expor o problema do preconceito contra os portadores de hanseníase deve trazer grandes resultados para a mobilização nacional. Precisamos esclarecer que a hanseníase é curável e pode ser tratada gratuitamente em todos os postos de saúde e hospitais do país”, reforça Antonio Custódio, coordenador geral do Morhan.

A mobilização realizada pela Morhan faz parte do programa Aliança Global para a Eliminação da Hanseníase, criado em 1999 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em nações onde a doença é endêmica. A Novartis Foundation participa, fornecendo medicamentos gratuitos para todos os portadores da doença no mundo. Os interessados podem contar ainda com informações pelo Telehansen, número 0800 26 20 01, com ligação gratuita de qualquer localidade do país.

Em 1999, o Brasil assumiu o compromisso de eliminar a hanseníase como problema de saúde pública até 2005, o que significa alcançar o índice de menos de um doente para cada 10 mil habitantes. Sendo assim, é preciso atingir uma redução anual de cerca de 20% da prevalência de hanseníase.

Existem hoje, no Brasil, aproximadamente 77 mil doentes registrados. A cada ano, são identificados cerca de 41 mil casos novos, com taxa de detecção de 2,47 por 10 mil habitantes. Em 2001, foram registrados 34.098 casos novos de hanseníase. Acredita-se, entretanto, que muitos doentes permanecem sem tratamento por falta de informação.

A doença, também chamada de lepra, é endêmica e, embora tenha distribuição irregular, está presente em todos os estados e regiões do País, apresentando assim uma taxa de prevalência bastante variável, que oscila de 0,4 a 17 casos por 10 mil habitantes, sendo maior nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul já alcançaram índices de eliminação da doença. Espera-se que mais estados (PR, SP, DF, MG e RJ) tenham a doença eliminada até 2003.

A hanseníase é de fácil diagnóstico, tratamento e cura. A dificuldade maior está em descobrir a doença logo no seu início, quando a cura pode ser obtida em seis meses e sem deixar seqüelas.

Quando diagnosticada e tratada de forma tardia, pode gerar graves conseqüências para os portadores e seus familiares, não só pelas lesões que incapacitam fisicamente os doentes, mas também pelas repercussões psicossociais resultantes de preconceito, medo e rejeição ainda existentes.

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