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Soropositivo brasileiro tem três subtipos de HIV

Belo Horizonte, 23 de Janeiro de 2002 (Bibliomed). Um paciente brasileiro está infectado por três subtipos diferentes do HIV. O soropositivo está sendo acompanhado por uma equipe da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desde 1994. No entanto, os pesquisadores acreditavam que o paciente estava infectado apenas pelos subtipos B e C do vírus da Aids.

Nos últimos exames, os pesquisadores encontraram também outro subtipo, que está sendo chamado de F. Até agora, este é o único caso registrado no mundo de um paciente infectado por três subtipos.

A descoberta pode trazer mudanças no conhecimento sobre a infecção pelo HIV, além de exigir estudos específicos para o desenvolvimento de vacinas. O paciente, que tem nome fictício de Jorge, sua mulher e filha, são portadores de dois subtipos do HIV há pelo menos seis anos.

O que os novos exames, feitos pela equipe do Laboratório de Retrovirologia da Unifesp, descobriram é que Jorge tinha também o vírus F. Segundo os pesquisadores, há uma disputa entre os subtipos B e C para controlar o organismo dos pacientes.

Os testes mostraram que o tipo C obtinha vantagens. Em Jorge, no entanto, quando a carga viral do tipo B estava reduzida e a do tipo C, mais elevada, detectou-se o vírus do tipo F.

Os pesquisadores acreditam que Jorge não foi vítima de um novo contágio, já que é incomum que um organismo se infecte em duas ocasiões por tipos diferentes de HIV. Para os especialistas, as infecções com vírus variados ocorrem simultaneamente ou em curtos períodos de tempo. A hipótese mais provável é a de que o subtipo F estivesse no organismo de Jorge desde o início da infecção. No entanto, o subtipo teria proliferado apenas após a queda acentuada do vírus B.

A vantagem do vírus C, identificada no caso de Jorge, também foi detectada nas avaliações epidemiológicas feitas em todo o mundo. A prevalência deste subtipo está aumentando e ainda não há explicações para essa mudança no perfil da infecção. Sabe-se, no entanto, que a diversidade exige o desenvolvimento de vacinas regionalizadas, o que dificulta o descobrimento da fórmula mais adequada.

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