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Funasa orienta sobre medidas em caso de inundações

Belo Horizonte, 02 de Janeiro de 2002 (Bibliomed). O período de chuvas de verão e o registro de ocorrências graves no Rio de Janeiro mobilizaram a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que está divulgando orientações gerais à população. As recomendações devem ser adotadas no caso de inundação. A primeira medida diz respeito à água para uso doméstico.

Segundo a Funasa, é preciso limpar os reservatórios mesmo que eles não tenham sido atingidos diretamente pela água da enchente. A contaminação pode ocorrer pelos vazamentos da rede de distribuição de água. Para a limpeza, é preciso esvaziar completamente e lavar a caixa d’água, esfregando cuidadosamente suas paredes e fundo. Para o procedimento, deve-se utilizar botas de borracha e luvas.

Depois que a limpeza terminar, a Funasa recomenda a colocação de um litro de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) para cada mil litros de água. Depois que a caixa estiver novamente cheia, deve-se aguardar 30 minutos e, então, abrir as torneiras da casa para permitir a circulação da mistura na tubulação. A água doméstica, para limpeza de chão e paredes, só deve ser usada uma hora e meia depois deste procedimento, tempo necessário para a desinfecção da caixa e das canalizações.

O segundo alerta feito pela Funasa diz respeito ao cuidado com a água usada no consumo humano. É preciso verificar e se informar se a água tem cloro na quantidade recomendada.

A verificação vale tanto para a água do sistema público como para a água proveniente de poço, fonte, rio, açude ou barreira. A cloração deve ser feita no reservatório, com uso do hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária. O usuário deve se informar sobre as dosagens com a companhia de abastecimento. Quando a cloração é feita pelo próprio usuário, deve-se aguardar 30 minutos depois do procedimento para consumir a água.

Muitas pessoas desconhecem que a lama resultante das enchentes tem alto poder infectante. Para limpar a casa e os móveis atingidos, é preciso utilizar botas de borracha e luvas. Depois que tudo estiver limpo, a desinfecção deve ser feita com uma solução de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) na proporção de quatro xícaras de café para cada balde de 20 litros de água.

Os alimentos merecem atenção redobrada no caso das enchentes. Para que eles não sejam contaminados, é preciso deixá-los em locais elevados ou mantê-los fora do alcance de roedores, insetos e animais. Sempre que o alimento for manuseado, deve-se lavar as mãos com água tratada. Alimentos em estado natural (frutas, verduras, legumes, arroz e feijão, leite, carnes, ovos, açúcar e café) ou preparados (lingüiça e queijos), atingidos pela enchente, devem ser inutilizados.

Os alimentos enlatados só podem ser consumidos se o usuário tiver certeza de que não houve contato com a água da enchente. Se a lata estiver amassada, enferrujada ou semi-aberta, o consumo se torna perigoso. Latas em bom estado devem ser desinfectadas também com uma solução de água sanitária, na proporção de ¼ de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada 25 litros de água.

Não basta ter cuidado com os alimentos armazenados em casa, mas também com os adquiridos de armazéns ou supermercados instalados em regiões de enchente. O risco é grande de que estejam contaminados pela leptospira ou outros agentes patogênicos. Vale lembrar que a prevenção da leptospirose se baseia no combate aos roedores, principal transmissor da doença ao homem.

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