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Belo Horizonte, 27 de Novembro de 2001 (Bibliomed). Uma jovem de 22 anos teria desenvolvido um abcesso no cérebro devido à colocação inadequada de um piercing na língua. Os médicos norte-americanos, Elizabeth Cooney e Richard Martinello, da Escola de Medicina da Universidade de Yale, em New Haven, atenderam a paciente quatro semanas após a colocação do adereço.
A paciente começou a apresentar dores e inchaço da língua dois dias após a colocação do piercing e foi submetida à drenagem de pus ao redor do objeto. Na quarta semana, sentiu dores de cabeça, febre, náusea, vômitos, tonturas e desequilíbrio ao andar.
Um exame de imagem de ressonância magnética revelou um abscesso no cérebro. A adolescente foi submetida à cirurgia para drenar o abcesso.
Os médicos solicitaram a análise do fluido drenado e descobriram a contaminação pela bactéria Streptococcus viridans e outros agentes patológicos presentes normalmente na boca. O caso é raro, não há outro relato na literatura, mas merece a atenção de profissionais de saúde, autoridades sanitárias e dos usuários desse tipo de adereço.
No Brasil, não há controle rigoroso sobre o uso e colocação de piercings. A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou, em outubro, o Projeto de Lei 1.395/99, que regulamenta o licenciamento e o funcionamento de ateliês que fazem colocação de piercings (brincos, argolas e similares com perfuração da epiderme).
O projeto de lei, do deputado federal Bispo Rodrigues (PL-RJ), condiciona o desenvolvimento dessas atividades ao licenciamento prévio junto aos órgãos de vigilância sanitária, que têm também a obrigação de fiscalizar o trabalho dos estabelecimentos e dos artesãos.
Segundo o texto, também há necessidade de autorização prévia dos pais ou responsáveis para a realização desses serviços em menores de 18 anos. O texto deve ser ainda avaliado pelas Comissão de Constituição e Justiça e de Redação da Câmara.
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